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Augusto Farias pode ser cassado por falta de decoro
Do Diário do Grande ABC
10/12/1999 | 13:57
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O deputado federal Augusto Farias (PPB-AL), acusado de ser um dos líderes da quadrilha que controla o narcotráfico e o roubo de cargas no Brasil, pode perder o mandato por falta de decoro parlamentar. A informaçao é do deputado federal Lino Rossi (PSDB- MT), integrante da sub-comissao da CPI do Narcotráfico, que desde a última quinta-feira investiga a ligaçao da quadrilha com o Estado de Alagoas.

Rossi disse que a Policia Federal encontrou documentos comprovando que a empresa Tigre Vigilância pertence a Augusto Farias, mas está no nome de seu assessor parlamentar, Marcos André Maia. Os federais apreenderam um computador, vários disquetes, recibos e vários documentos com a assinatura de Augusto Farias.

``O material apreendido na empresa Tigre comprova que ela é de propriedade do deputado Augusto Farias. Eu espero que ele tenha informado isso na sua declaraçao do Imposto de Renda enviada à Câmara dos Deputados, pois caso contrário pode ser comprovado que ele é um sonegador e por isso pode perder o mandato por decoro parlamentar', afirmou Rossi.

O deputado afirmou ainda que a situaçao de Augusto Farias é muito complicada, pois o único apoio que ele recebe é da bancada alagoana na Câmara de Deputados. O parlamentar ainda fez uma previsao que demostra as dificuldades de Augusto Farias: ``O Talvane Albuquerque foi cassado por ter relaçao com um pistoleiro Maurício Chapéu de Couro. O mandado de Augusto pode ser cassado por ter sonegado informaçoes sobre os seus bens. Hoje, eu posso dizer que Augusto Farias está cada vez mais complicado e cada vez mais próximo de perder o mandato' , declarou Rossi.

Os deputados também estao investigando cuidadosamente a possível relaçao do delegado Cícero Torres, que presidiu o primeiro inquérito das mortes de PC Farias e Suzana Marcolino, com o deputado Augusto Farias. Os integrantes da CPI do Narcotráfico têm informaçoes que o delegado Torres é funcionário da Tigre Vigilância. Segundo um delegado da Policia Federal, que acompanha os trabalhos da CPI do Narcotráfico e pediu para nao ter seu nome revelado, caso seja comprovado que o delegado Cícero Torres é funcionário da empresa Tigre ficará difícil acreditar na versao de duplo homicídio defendida pela família e pelo próprio delegado.




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