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Juliano faz devolução de verba recorde ao Paço
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:27
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Orlando Filho/DGABC


Após dois anos desgastantes, em que as críticas e as pressões exercidas pelos vereadores foram mais intensas que os momentos de tranquilidade, Sargento Juliano (PMDB) pode comemorar recorde conquistado na presidência da Câmara de Santo André. Foi o comandante da Casa que mais devolveu dinheiro à Prefeitura.

Todos os anos o Executivo determina na LOA (Lei Orçamentária Anual) o montante que será repassado para o Legislativo. Após o término do ano em exercício, a verba excedente tem de obrigatoriamente retornar aos cofres municipais.

Nos anos em que presidiu a Câmara (2009 e 2010), Juliano administrou R$ 71,6 milhões, sendo R$ 32,3 milhões nos 12 primeiros meses e R$ 39,3 milhões no ano passado. Devolveu, ao todo, R$ 13 milhões: R$ 4,5 milhões em 2009 e R$ 8,5 milhões em 2010.

"Foi um trabalho de economia exercido em conjunto com os demais integrantes da mesa diretora", explica, dividindo os créditos. "Este dinheiro poderia ser gasto, mas não é nosso. Se não precisamos dele para garantir o bom andamento dos trabalhos, temos de devolver. Isso é ser responsável", considera.

O recorde anterior de devolução de verba pertencia a Luiz Zacarias (PR), que comandou a Casa em 2005 e 2006. Somados os anos, o republicano acumulou R$ 11,8 milhões que foram restituídos ao erário para a Prefeitura executar serviços na cidade.

Nos demais biênios, o Legislativo foi comandado por petistas que deram suporte aos governos dos correligionários Celso Daniel (morto em 2002) e João Avamileno (que deixou o Paço em 2008).

Em 2001 e 2002, Carlinhos Augusto devolveu R$ 4,6 milhões. No biênio seguinte (2003 e 2004) Ivete Garcia restituiu a Prefeitura em R$ 6,7 milhões. Já José Montoro Filho, o Montorinho, fez voltar ao Paço R$ 8,4 milhões.

PÉ NO FREIO

Se por um lado a veia econômica de Juliano lhe assegurou um recorde, do outro lhe conferiu muita dor de cabeça nos últimos dois anos. Diversas reivindicações dos vereadores não foram atendidas pelo ex-presidente, que se despediu da função em baixa com os colegas.

Negociações foram iniciadas com entusiasmo pelos pares, mas Juliano freou a empolgação. A principal delas envolveu a possibilidade de concessão de 14º salário aos parlamentares, ideia que o peemedebista, em conjunto com os demais integrantes da mesa diretora, resolveu não levar adiante.

"A Câmara tem sofrido alguns questionamentos do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Tomamos decisão correta em não conceder o 14º", pondera o ex-presidente, recordando que as finanças do Legislativo são rejeitadas consecutivamente desde 2003 pela Corte.

O que também não contentou os vereadores foi o enterro das conversas sobre a criação do cargo de assessor jurídico para cada um dos 21 gabinetes. A proposta deve ser retomada neste ano.




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