A UBS (Unidade Básica de Saúde) localizada no Centro Alto de Ribeirão Pires está pronta desde o fim do ano passado, porém, deve permanecer fechada pelos próximos meses por falta de funcionários.

A Prefeitura alegou que a folha de pagamento do Paço está inchada e por isso a contratação de servidores para atuar na unidade fica inviável neste momento. O Paço gasta R$ 8,8 milhões por mês com os 3.800 funcionários - o que representa 48% do empenho da receita líquida do município. A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) estipula teto de 54%.

A situação gerou notificação do TCE (Tribunal de Contas do Estado) em janeiro. O Executivo acusou a antiga administração de engessar o quadro de servidores para dificultar a vida do atual governo.

O prefeito Saulo Benevides (PMDB) admitiu que não existe previsão para resolver o problema da UBS, porque a prioridade no momento é a UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas), localizada na Estrada da Colônia. "Enquanto eu não conseguir colocar a UPA em ordem, não tem como tratar dos outros equipamentos de Saúde. Estamos com problema com auxiliar de enfermagem. A defasagem é alta", explicou.

Outro agravante é que diversos funcionários da área estão entre os 517 servidores que foram nomeados nos últimos seis meses do governo Clóvis Volpi (sem partido), o que desrespeita o artigo 21 da LRF e torna nula a nomeação.

O comandante do Executivo ressaltou que diversos profissionais da Saúde pediram exoneração para atuarem em outras cidades e que o problema com inchaço da folha não se traduz na área da Saúde. "Estamos com problemas na UPA porque realizamos cerca de 600 atendimentos por dia. Por um lado estamos defasados, mas não podemos contratar para repor as pessoas que estão saindo", reclamou.

Apesar do argumento, o perfil de usuário da UPA difere do atendido na UBS. Nas unidades de Saúde, o munícipe procura atendimento ambulatorial e precisa comprovar que mora em Ribeirão Pires. Já na UPA, o tratamento é de emergência e recebe pessoas de diversos municípios.

Segundo dados divulgados pela administração, 14% dos procedimentos realizados na unidade de pronto atendimento são de cidades vizinhas. O recorde pertence a moradores de Suzano (1.340 mensais), seguido por Mauá (1.324).

EQUIPAMENTOS

A Prefeitura informou que busca investimentos para equipar diversas unidades básicas espalhadas pela cidade. Emendas parlamentares devem somar R$ 760 mil. A união deve enviar cerca de 190 mil.