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Rio: sobreviventes estão em desespero
15/01/2011 | 08:44
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Da AE


Depois de três dias do temporal que arrasou parte da região serrana do Rio de Janeiro, o desespero toma conta dos sobreviventes nos oito municípios atingidos. Faltam luz, água e comida para a população. Há cidades ainda isoladas, como São José do Vale do Rio Preto e Bom Jardim. As prefeituras já contabilizam 540 mortos, 6.170 desabrigados e 8.420 desalojados.

No meio de tanta dor, os sobreviventes ainda tiveram de conviver com boatos alarmistas ontem. No centro de Teresópolis, na área comercial mais movimentada da cidade, ocorreu um assalto a uma loja. Mas o que se espalhou é que teriam havido vários saques, arrastão e até tiroteio. Comerciantes fecharam as portas e, com medo, demoraram a reabrir

Em Nova Friburgo, informações infundadas sobre o rompimento de uma barragem provocaram correria, com gente afobada chorando pelas ruas. Motoristas abandonaram seus carros; alguns voltaram na contramão.

Sobreviventes continuam tentando encontrar parentes entre os mortos. Em Nova Friburgo, a orientação é que eles levem fotografias em que seus entes apareçam com os dentes à mostra, isso para facilitar a identificação de corpos que já estejam em estado avançado de composição.

Em Teresópolis, onde já morreram 229 pessoas, são tantos corpos no IML (Instituto Médico-Legal), que, ontem, as pessoas tiveram que usar máscaras para suportar o mau cheiro na hora de reconhecer os corpos de seus parentes. Os sepultamentos não param. Mesmo de madrugada, parentes choravam seus mortos tentando se equilibrar, na chuva e sem iluminação, entre as mais de 180 covas rasas abertas.

Com a falta de lugar para os enterros, a Justiça do Rio autorizou a exumação antecipada de corpos enterrados em 2007 no Cemitério Carlinda Berlim, o principal de Teresópolis. Os restos mortais deveriam ser retirados ao longo de 2011, mas isso será feito emergencialmente, para que deem lugar às vítimas.

O socorro continua desembarcando nas áreas atingidas. Ontem, 225 homens da Força Nacional de Segurança chegaram à região serrana. Eles vão auxiliar nas buscas por vítimas e na manutenção da ordem pública nas áreas atingidas, principalmente em Teresópolis.

O secretário de Defesa Civil de Teresópolis, Flávio de Castro, disse na manhã de ontem que o número oficial de desaparecidas era de 25. Mas admitiu que provavelmente há muito mais corpos nos locais onde os bombeiros não conseguiram chegar.

Em reunião com todos os seus ministros, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou a liberação de R$ 100 milhões para o Estado.




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