O chefe da Agência de Planejamento Econômico (equivalente a um ministério do Planejamento), Taichi Sakaiya, rejeitou a hipótese de uma intervençao dos poderes públicos para judar a bolsa.
'Nem os políticos, nem o Governo deverao intervir diretamente no mercado bursátil', declarou Sakaiya aos jornalistas.
A idéia foi sugerida ontem pelo responsável por estratégia do Partido Liberal Democrata (PLD), principal formaçao da coalizao de Mori, Shikuza Kamei, político muito influente, mas conhecido por seu conservadorismo e sua oposiçao às reformas.
Kamei denunciou a 'atitude egoísta dos bancos', que começaram a se desligar de suas várias participaçoes em todos os tipos de companhia para sanear seus balanços.
O responsável japonês também pediu à Agência de Serviços Financeiros que atue para pôr fim, ou pelo menos frear, esse fenômeno.
'Em caso algum o Governo deve intervir para promover ou controlar qualquer coisa que esteja relacionada com as transaçoes de títulos', acrescentou Sakaiya.
Sem pronunciar-se muito a fundo, o ministro das Finanças, Kiichi Miyazawa, limitou-se a constatar que 'Kamei está preocupado com a recente queda das açoes porque isso tem um impacto sobre a opiniao pública'.
Miyazawa estimou que a evoluçao da bolsa está mais ligada às incertezas sobre a situaçao política dos Estados Unidos.
Depois de ter ganhado 2,8% no dia anterior, após a vitória autoproclamada por George W. Bush nas eleiçoes americanas, o Nikkei 225 perdeu 0,4%, até situar-se nos 14.658,87 pontos.
O secretário-geral do Governo, Yasuo Fukuda, excluiu, por sua parte, que o Governo possa ordenar a instituiçoes privadas como os bancos que parem de vender suas participaçoes cruzadas. 'Isso é problemático. Como Governo, nao creio que possamos dar instruçoes particulares', declarou Fukuda.
'A melhor maneira de enfrentar o problema é levar a cabo uma política orçamentária apropriada e guiar a economia para uma verdadeira recuperaçao', acrescentou.
O 'Plano Kamei' nao foi criticado apenas por seus colegas, como também pelos meios financeiros, que estimaram o mesmo estava motivado por consideraçoes políticas, para nao dizer puramente eleitorais.
O PLD acabou de sair de um violento conflito interno entre o setor renovador, que queria derrubar o primeiro-ministro Mori, e os partidários do status quo.
O PLD também teme perder as eleiçoes senatoriais previstas para o próximo verao, ante a atual impopularidade do Governo Mori, e acha que a queda de 28% do Nikkei 225 desde a posse de Mori à frente do Governo é mais um fracasso.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.