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Temer nega barganha pela Petrobras
24/05/2009 | 07:00
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O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), negou ontem que o partido esteja pressionando o governo para obter a diretoria de Exploração e Produção da Petrobras, conhecida também como "diretoria de pré-sal", ocupada por Guilherme Estrella, indicado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Ao participar do Congresso Estadual do PMDB, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, Temer rejeitou a tese de que a legenda aguarda uma decisão a respeito da diretoria da estatal para indicar os nomes dos senadores que vão integrar a CPI da Petrobras, criada para investiga supostas irregularidades na empresa.

"É inteiramente falso. A CPI não tem absolutamente nada a ver com pleito nenhum do PMBD. O partido não está postulando e não quer nenhuma vaga, pois já está compensado no governo", afirmou.

Michel Temer citou que o PMDB já ocupa seis ministérios e possui cargos importantes na administração direta e indireta. "Não há absolutamente pleito nenhum", reiterou.

O deputado, ao falar sobre a CPI, declarou que o PMDB deve ocupar a presidência ou a relatoria da comissão por ter a maior bancada no Senado. "A orientação é fazer uma coisa muito séria, não algo de natureza meramente política. Como maior partido, o PMDB terá a presidência ou a relatoria. Não porque queira, mas porque o regimento do Senado determina", explicou.

Temer disse não ter certeza sobre qual será o nome do partido para o cargo de presidente ou relator. "Ouço dizer que será o Romero Jucá", disse, referindo-se ao líder do governo no Senado.

Já o presidente estadual do PMDB, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, disse que uma negociação nos termos que vem sendo noticiada, de troca de apoio numa CPI pela Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras, "não está na cartilha do partido". "Eu acho que, se isso for verdade, é ruim para o partido. O PMDB precisa mudar", disse.

Temer ainda destacou que a posição do PMDB nas eleições presidenciais de 2010 será definida apenas em convenção nacional. Foi uma resposta indireta a Quércia, que é contra uma aliança com o PT e defende apoio ao governador paulista José Serra (PSDB) para a Presidência da República em 2010.

CAIXA-PRETA - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que a Petrobras não é caixa-preta, referindo-se a denúncias de possíveis irregularidades contábeis na estatal, que motivaram a criação de CPI no Senado.

"A Petrobras segue leis rígidas de demonstrações contábeis", afirmou Dilma, que citou a lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 nos Estados Unidos para fraudes contábeis. A empresa cumpre sistematicamente a Sarbanes-Oxley. Tem essa história de falar que a empresa é uma caixa-preta. "A empresa pode ter sido uma caixa-preta em 1997, 1998, 1999, 2000, mas a Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo", frisou.

A ministra argumentou ainda que, se a empresa não fosse confiável, os investidores não a procurariam.




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