O TRF (Tribunal Regional Federal) concedeu nesta quinta-feira hábeas corpus a Juvenil Alves, deputado eleito pelo PT de Minas Gerais nas últimas eleições e que está detido desde 29 de novembro. Ele foi o parlamentar no Estado (110.651 mil votos).

A liberdade atende a um pedido feito pelo advogado Leonardo Yarochewsky, que alegava que seu cliente, acusado de crime contra o sistema financeiro e coação de testemunhas, não pretende atrapalhar as investigações ou fugir. No entanto, Juvenil Alves, que havia sido solto após ser preso durante a Operação Castelhana da PF (Polícia Federal), foi detido novamente em menos de 24 horas tentando coagir uma testemunha - fato que Yarochewsky nega.

Crimes – Alves, 47 anos, seria líder de todo o esquema que teria causado um rombo nos cofres públicos de mais de R$ 1 bilhão, de acordo com informações da PF. As fraudes eram comandadas dos seus escritórios de advocacia em Belo Horizonte e em São Paulo.

Ainda segundo a PF, os criminosos detidos na Operação Castelhana são acusados de fazer uso de empresas fora do país (off-shore), estabelecidas no Uruguai e na Espanha, para ocultar e dissimular valores e bens dos empresários brasileiros. Os  escritórios de advocacia investigados realizavam todos os trânsitos burocráticos das empresas envolvidas, tanto no exterior quanto no Brasil, além de constituírem empresas de fachada e contratar pessoas que nada tinham a ver com o esquema, os chamados 'laranjas', para atender a burocracia dos países.

Para a Operação Castelhana, realizada na última quinta-feira pela Polícia Federal, foram recrutados aproximadamente 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal. As ações acontecem nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas e no Distrito Federal. As prisões, buscas e seqüestros de bens foram deferidos  pelo  Juízo  Federal da Vara Especializada em 'Lavagem de Dinheiro' de Belo Horizonte.