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Brasil não está imune ao vírus da gripe aviária, afirma ministro
Da Agência Brasil
23/02/2006 | 18:11
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O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, alertou nesta quinta-feira que, embora não exista risco iminente de o Brasil ser atingido pela influenza aviária (gripe do frango), não se pode garantir que o país esteja imune. Em sua avaliação, a entrada do vírus H5N1, do tipo mais letal da doença, pode ocorrer por meio de aves migratórias. "Se a doença continuar se expandindo, fatalmente, ela vai chegar primeiro como um problema veterinário atingindo aves", disse ele.

Para o ministro, "impedir que ele chegue é uma bobagem, o vírus já chegou na Alemanha, na Itália, na Checoslováquia, na França". Saraiva Felipe também salientou que todas as nações estão atentas para a possibilidade de uma mutação do vírus, que hoje é transmitido entre aves e de aves para seres humanos. O temor é que a doença possa ser passada de uma pessoa para outra, o que poderia levar a uma pandemia. "Um fato que ajuda o país é que não importamos aves exóticas e somos o maior exportador de frango do mundo (em volume financeiro). Mas isso não pode ser apontado como um fator da não chegada do vírus no Brasil".

Essas informações foram dadas logo após a participação do ministro na cerimônia de comemoração dos 105 anos do Instituto Butantan, que ainda neste ano deverá iniciar a produção em escala piloto da vacina contra a gripe aviária. Uma amostra do vírus H5N1 já foi enviada ao instituto pela OMS (Organização Mundial da Saúde), mas para começar os trabalhos falta concluir a reforma de um prédio que abrigará, provisoriamente, o laboratório de testes. De início, deverão ser produzidas cerca de 20 mil doses para serem utilizadas em caráter emergencial, no caso de prevenir o contágio das pessoas que lidam com aves ou que tenham sido expostos a uma situação de risco de contaminação.

Para acelerar as experiências, o ministério da Saúde repassou R$ 3,1 milhões ao Instituto Butantan. Esses recursos foram adicionados aos R$ 30 milhões referentes à participação federal nos investimentos do complexo de fabricação da vacina contra a influenza comum. Esse medicamento deve começar a ser produzido em 2008, por meio de parceria entre o Ministério da Saúde, o governo estadual e o laboratório francês Sanofi-Pasteur, o maior produtor mundial de vacina contra a gripe. No mesmo local, existirá um espaço para a produção da vacina contra a gripe do frango.




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