Lukashenko, considerado um presidente autoritário, insistia que fosse um pacto de fusao total, mas o acordo desta quarta-feira apenas estabelece um conselho de funcionários dos dois países para coordenar políticas. Entretanto, propoe uma eventual fusao das duas moedas, embora sem determinar um calendário preciso.
Durante a cerimônia de assinatura, no Kremlin, Lukashenko reiterou que o acordo nao chega a satisfazer suas expectativas. 'Este nao é o último acordo que firmaremos com Yeltsin. Ainda assinaremos o tratado que os povos da Rússia e da Bielorrússia esperam de nós: o tratado sobre um estado unificado``, declarou.
Em seguida, Yeltsin leu o texto de seu discurso, no qual afirmava que 'os documentos assinados no Kremlin marcam época. O estado (unido) se baseia na soberania e independência das naçoes-membros, e nao está voltado contra ninguém, nem sequer Clinton``. No início da semana, o presidente dos Estados Unidos criticou energicamente a operaçao militar russa na Chechênia.
Em determinado momento, Yeltsin perdeu-se no texto, enquanto os assessores esperavam, e se voltou para Lukashenko perguntando 'Termina aí?``. Entao, vacilou e quase perdeu o equilíbrio, ante o que Lukashenko o acudiu para apoiá-lo. Em seguida, um funcionário aproximou-se rapidamente para indicar-lhe onde continuava o texto de seu discurso, que Yeltsin completou.
O acordo deveria ter sido assinado inicialmente no dia 26 de novembro, mas a cerimônia foi adiada quando Yeltsin adoeceu. Yeltsin recebeu alta do hospital na segunda-feira, onde se tratava de uma pneumonia. Ainda nesta quarta-feira, o presidente seguirá para uma visita de dois dias à China.
Moscou tem agido de forma cautelosa em relaçao à idéia de Lukashenko de criar um estado único, temendo que a economia bielorrussa, de estilo soviético, seja uma pesada carga para a Rússia, que se debate com seus próprios problemas econômicos. Além disso, muitos líderes russos se preocupam com o regime autoritário de Lukashenko e sua sistemática repressao aos opositores políticos e aos meios informativos independentes, criticada por governos ocidentais e grupos de defesa dos direitos humanos.
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