Política Titulo Apesar de avanços
Sem fundo, projeto
metropolitano patina

Aprovada há quase um ano, reorganização da Grande São
Paulo ainda não se consolidou, apesar de alguns avanços

Rogério Santos
do Diário do Grande ABC
30/04/2012 | 07:58
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Apesar de alguns avanços, como o diálogo entre os municípios para debater demandas comuns e de estabelecer uma linha de comunicação direta com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o projeto de lei que reorganizou a Região Metropolitana ainda não tem resultados práticos, em decorrência de ainda não existir o fundo que garantirá verbas para projetos coletivos na Grande São Paulo.

Aprovada em 24 de maio de 2011 pela Assembleia Legislativa, a lei tinha por objetivo buscar soluções para problemas conjuntos enfrentados pelos 39 municípios que formam o bloco. Desse modo, o que seria decidido em condições restritas ao Palácio dos Bandeirantes passa a ter maior participação de prefeitos e vereadores das cidades envolvidas.

"Estamos aprofundando esse debate. Queremos definir esse conceito e aprovar o fundo no segundo semestre", disse o secretário de Desenvolvimento Metropolitano Edson Aparecido. Uma possibilidade é o fundo ser criado com maior participação do governo estadual: a cada R$ 3, R$ 2 são do Estado e R$ 1 dos municípios.

Mesmo sem contar efetivamente com o fundo metropolitano, Edson Aparecido avalia que a reorganização da Região Metropolitana já é uma realidade. "Trata-se de um importante instrumento de articulação que não existia. No Grande ABC estão sendo feitas importantes discussões sobre mobilidade urbana e saneamento básico", observa.

Com a aprovação da lei, os 39 municípios foram divididos em cinco sub-regiões. A separação dos grupos de cidades está num projeto substitutivo de autoria do prefeito de Diadema Mário Reali (PT), quando o petista era deputado estadual. A ideia do petista foi colocada em emenda aglutinativa no projeto aprovado ano passado.

O Grande ABC está situado na região Sudeste. As demais sub-regiões são: Norte (Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã), Leste (Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano), Sudoeste (Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista) e Oeste (Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Paranaíba).

 

AVALIAÇÃO POSITIVA

Entre os representantes da região na Assembleia Legislativa, há mais elogios do que críticas à reorganização da Região Metropolitana. O deputado Orlando Morando (PSDB) considera que a norma representou avanço na busca de soluções conjuntas para demandas comuns aos municípios. "Ainda há muito que se fazer, mas o balanço que se pode fazer é extremamente positivo", disse o tucano.

"Essa lei é um avanço para solução dos problemas regionais, mas espero que o secretário (Edson Aparecido) tenha clareza para entender as dificuldades de cada região. No entanto, não basta aprovarmos a lei, ela tem que sair do papel", considerou o parlamentar Donisete Braga (PT).

O líder do PPS na Assembleia Legislativa, Alex Manente, considera que a meta está sendo cumprida. "O secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano tem realizado um bom trabalho, avaliando com cuidado as demandas locais. Esse é o espírito da Região Metropolitana integrada, discutir especificamente as realidades de cada microrregião", disse Alex.




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