A dona de casa Maria Quitéria da Silva, 35 anos, foi executada a tiros na altura do número 259 da rua Nova Esperança, no Jardim Inamar, em Diadema, por volta das 20h deste sábado. Ela foi atingida por cerca de 20 disparos, principalmente na região da cabeça e peito, dados por cinco homens de uma quadrilha considerada de alta periculosidade, já identificados pela polícia: Cleber Gava dos Reis, 24 anos, A.S.C., 17, os irmãos Reinaldo e Rodrigo – ainda não se sabe o sobrenome – e outros dois rapazes conhecidos como Tilero e Tiquila. Parte do grupo mora no bairro Eldorado e outros no mesmo Jardim Inamar.

O assassinato da dona de casa é mais um capítulo trágico na família Silva, que já teve outros três irmãos de Maria Quitéria mortos, um deles no último dia 29 de abril, Jorge Afonso da Silva – pelo mesmo grupo acusado de atirar na dona de casa –, José Afonso da Silva, o Zé da Jane, em confronto com a polícia em abril de 2000, e João Afonso da Silva, executado em abril de 1997.

Segundo informações registradas em depoimento por policiais civis do 3º DP de Diadema, a quadrilha composta por Reis e seus cúmplices pretendiam expulsar Maria Quitéria de sua residência para instalar no local um ponto de tráfico de drogas.

A intenção da quadrilha teria ficado explícita quando Zé da Jane ainda era vivo. Considerado perigoso pela própria família, ele impediu o plano dos criminosos e por isso as desavenças entre o grupo e a família começaram.

“As ameaças se intensificaram depois da morte do Zé da Jane. Juraram de morte a família toda. A morte de Jorge Afonso, em abril, foi uma forma de intimidação. A Maria Quitéria não cedeu, e então cometeram o crime contra ela”, disse um familiar que não quis se identificar.

Na noite de sábado, Maria Quitéria e uma amiga – que escapou da morte por “milagre” – desciam a rua Nova Esperança quando foram abordadas pelos seis acusados, todos eles na porta de um bar. Segundo informações levantadas por policiais militares do 24º Batalhão, Cleber chamou a dona de casa para uma conversa com uma arma em punho.

“Ela (Maria Quitéria) foi sozinha falar com os rapazes, pois já temia que algo de ruim acontecesse. De repente, Maria me mandou correr. Fugi, e só ouvi os tiros. Dois deles me perseguiram, dispararam várias vezes, mas por milagre não me acertaram. Não sei como escapei da morte”, disse a amiga, cujo nome não pode ser revelado.

Segundo testemunhas, Reis teria dado os primeiros dois tiros contra a dona de casa. Em seguida, Reinaldo, Rodrigo, Tiquila e Tilero balearam Maria Quitéria no chão. Os dois últimos seriam os perseguidores da amiga da dona de casa.

Minutos depois, policiais militares chegaram no local. Maria Quitéria já estava morta. Com base em informações das testemunhas, os policiais identificaram os autores e seguiram para a residência dos acusados. Foram apreendidas fotos e documentos dos integrantes do grupo. Até a noite deste domingo, nenhum deles tinha sido preso.