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Estudantes fazem homenagem às vítimas do terrorismo
Da AFP
12/03/2007 | 16:05
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Com a presença de 500 estudantes espanhóis, franceses, britânicos e alemães e uma mensagem de respeito a todas as culturas, o Parlamento Europeu relembrou nesta segunda-feira em Estrasburgo o ‘Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo’. A data foi  estabelecida no dia 11 de março de 2005 depois dos sangrentos atentados de Madri, um ano antes.

Como parte da cerimônia, os deputados cederam seus lugares durante um dia a um grupo de jovens dispostos a criar, a partir da data de lembrança da tragédia, um fórum de debates voltado para o futuro.

Entre os participantes estavam dois parentes de vítimas do Instituto Santa Eugenia, de Madri, que perderam a vida nos atentados de 11 de março. Os ataques deixaram 191 mortos e 1.824 feridos.

Durante a sessão, foi exibido o documentário "12 de março: Santa Eugênia", no qual os alunos e professores do instituto madrileno narram sua trágica experiência.

A mensagem lançada pelos presentes em Estrasburgo foi de "defesa dos valores democráticos e união pelo respeito a todas as culturas como a melhor fórmula de lutar contra o terrorismo e a melhor maneira de relembrar e homenagear as vítimas e sua memória".

Seguindo o procedimento habitual da Câmara européia, que organiza seus debates e relatórios através de comissões de trabalho, os jovens se dividiram em quatro grupos, e cada um deles abordou e analisou o fenômeno terrorista de ângulos diferentes.

A conclusão dos debates sugere que o terrorismo tem a intenção de provocar o caos mediante o enfrentamento entre as culturas. A vertente foi à base do grupo de trabalho que produziu o texto intitulado "A importância da sociedade multicultural".

Sua relatora, a espanhola Patricia Martínez, do IES Santa Eugênia, escreve que "conhecer uma cultura é compreendê-la, compreender o que significa pertencer a essa cultura", explicando que para erradicar o radicalismo, "é necessário fomentar a convivência das diversas culturas".

"Por que os terroristas se radicalizam, por que uma pessoa como nós se convence de que é necessário se fazer explodir pelos ares para matar o maior número possível de pessoas?", perguntou Amire Thenk, estudante britânica do Instituto Maria Fidelis, representante do grupo que redigiu o estudo "Fazer frente às redes terroristas na Europa".

A resposta a essa pergunta pode estar no subdesenvolvimento econômico, terreno fértil para que "determinadas ideologias alimentem o ódio entre as culturas", segundo argumentação exposta pela estudante Corina Ekart, do Instituto Offenburg, da Alemanha, que atuou como porta-voz do grupo de trabalho "Europa e os desafios a nível global".

A estudante alemã pediu aos governos que invistam em escolas nas zonas mais desfavorecidas, para "educar pela tolerância, não pelo ódio". Nesse mesmo sentido se posicionou a representante do quarto grupo de trabalho, "Viver a integração", a alemã Teresa Klaus, do Liceu de Estrasburgo, que pediu "educação e unidade de ação de todos os governos".

Durante a sessão foi feito um minuto de silêncio em memória das vítimas do terrorismo, seguido da execução do Hino da Europa.

"Vocês são o futuro. Até que o terrorismo acabe, mas respeitando sempre a democracia", pediu o presidente da Câmara Européia, Hans-Gert Poettering.




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