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Católicos chineses se queixam dos obstáculos para praticar a fé
Do Diário OnLine
Com AFP
18/08/2005 | 12:10
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Um grupo de jovens peregrinos da China participa das JMJ (Jornadas Mundiais da Juventude) de Colônia, na Alemanha, mas muitos se queixam dos inúmeros obstáculos que encontram para professar a fé sob o olhar desaprovador das autoridades comunistas. Centenas de jovens chineses se uniram a outros peregrinos procedentes de países asiáticos, na quarta-feira, em uma celebração musical que aconteceu em um colégio de Bonn. Longe do espetáculo, alguns aceitaram falar sobre os problemas de sua fé.

"Enfrentamos grandes dificuldades como católicos na China. Vamos à missa semanalmente, mas às vezes é muito difícil. Achamos que o governo não gosta de nossa religião", frisou uma mulher de 34 anos, que se recusou a se identificar, negando-se inclusive a informar a que província chinesa pertencia.

Apesar das dificuldades sobre a abertura religiosa na China, a mulher disse que acredita em uma melhora da situação. "Tenho uma postura muito positiva sobre o futuro, pois sentimos que estamos sendo guiados pelo Espírito Santo".

Ela é membro da Igreja Católica da China, que vive na clandestinidade e cujos sacerdotes e laicos são leais ao Vaticano, enfrentando, por isso, perseguições do estado.

Na China há essencialmente duas igrejas católicas, cada uma com milhões de fiéis: o movimento clandestino e a denominada Igreja patriótica, que está sob o controle de Pequim.

No entanto, ambas mantêm contatos informais com o Vaticano, que aprovou recentemente a nomeação de dois bispos da Igreja Oficial para melhorar a situação dos católicos na China.

Outra peregrina chinesa disse que estava estudando atualmente nos Estados Unidos, antes de também se recusar a dizer o nome.

"Para mim só há uma igreja na China", afirmou. "Não acredito que as questões mais importantes sejam as diferenças entre católicos. O mais importante é vir aqui e ver esta gente de todo o mundo e aprender com ela".

O padre Joseph Chan, que encabeça uma delegação da diocese de Hong Kong, disse que os católicos tinham liberdade de culto desde que a província passou ao controle da China, mas destacou que entendia as reticências dos peregrinos chineses em se identificar.

"Eles temem que o governo saiba o que estão fazendo", disse Chan. "Eles temem a perseguição. Nossos bispos tentam sempre comunicação com o governo da China por todos os meios, mas entendo que haja problemas no país".

"Acho que tudo vai melhor para os católicos na China, mas não posso dar uma data para isso. Suponho que vocês podem considerar esta declaração uma verdadeira demonstração de fé", afirmou.




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