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Cuba: país de contrastes e belezas naturais
Reynaldo Gollo
Enviado a Cuba
26/01/2000 | 17:21
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Da janela do aviao, vêem-se muitas plantaçoes em torno da pista de pouso. Quase nenhuma indústria. Ao sair do aeroporto José Martí, rumo a Havana, a capital cubana, tem-se a impressao de que se passou por uma porta do tempo.

Já no estacionamento, vários carros norte-americanos dos anos 50, uma marca registrada do país. Várias épocas, cada vez mais antigas, se alternam conforme se vai ganhando a autopista, deixando a área rural em torno do moderno José Martí e se aproximando da área urbana da velha capital cubana. É o primeiro paradoxo desse país que provoca sentimentos tao opostos ao mesmo tempo.

Entre as surpresas que Cuba nos reserva, há uma variedade de opçoes para turismo. Cidade, campo ou praia. Um país de paisagens deslumbrantes e gente simpática por todos os cantos em seus pouco mais de 110 mil quilomêtros quadrados, habitados por 11 milhoes de pessoas.

O governo cubano está investindo para mostrar esse pouco conhecido potencial turístico. O Ministério do Turismo criou o logotipo Cuba, Armonia Vital e está construindo 9 mil quartos.

Uma opçao de viagem para quem sonha em ir para lugares como Aruba ou Cancún. As mesmas belíssimas praias esmeraldinas do resto do Caribe, só que em maior quantidade e com melhores preços, além da possibilidades de ir para províncias como a de Havana, com seu passado fascinante e arquitetura histórica, ou Pinar del Río, com montanhas e campos de beleza natural preservada.

Na ilha de Fidel Castro, onde este é santo, e Che Guevara é deus, nao se consegue ficar indiferente. Entre amor e ódio pelo regime cubano, nem o visitante mais avoado consegue nao ter interesse por sua beleza.

Contrastes - Como nao poderia deixar de ser, até as situaçoes política e econômica de Cuba se tornam atraçoes para os estrangeiros. É fascinante ver de dentro dos camarotes capitalistas da boa infra-estrutura turística do país como se vive no último reduto socialista do Ocidente.

Um sistema educacional exemplar, gratuito da pré-escola à universidade, com acesso garantido a todo cidadao. Apesar de ninguém passar fome, há falta de produtos básicos para a populaçao, como papel higiênico e sabonete.

O sistema de saúde também é gratuito, tendo uma das melhores escolas de medicina do mundo (lá foram tratadas as vítimas do acidente nuclear de Chernobyl e está sendo tratada a vítima da própria estupidez Diego Maradona).

As indústrias cubanas sao poucas, e estao sucateadas. Há museus e casas de cultura em qualquer cidade. O salário mínimo em Cuba é de US$ 5 (pouco menos de R$ 10), e um médico ganha em torno de US$ 25 por mês. Muitos outros etecéteras positivos e negativos.

Apesar de tudo - Mas as dificuldades financeiras nao parecem afetar o emocional da populaçao. Tanto os maiores defensores do regime quanto os que lhe fazem ressalvas mantêm a cordialidade como modo de vida.

Em toda a parte que se vai é possível encontrar cubanos com violoes a tiracolo ou ouvir música vindo de alguma janela ou bar. Há uma impressionante empatia com o povo brasileiro - o que é de espantar qualquer um que já tenha assistido a uma partida de vôlei feminino entre Brasil e Cuba.

Chico Buarque é um ícone por aqueles lados. Mas como nada é perfeito, mais famosa que ele há Lucélia Santos, graças ao sucesso de Escrava Isaura (Globo, 1976/77) por lá. Um país de imagens e sentimentos fortes. Pero sin perder la ternura jamás.

O jornalista e o repórter fotográfico viajaram a convite da Havanatur.




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