O preço do etanol finalmente se mantém estável no Grande ABC. Do início do mês para cá, o consumidor conseguiu abastecer seu veículo pagando R$ 1,74 pelo litro do álcool, segundo levantamento da equipe do Diário, que percorreu 53 postos da região. Mesmo assim, a redução nos valores do litro da gasolina em R$ 0,05 em média - passando a custar R$ 2,59 em comparação com o dia 2, data da última pesquisa - indica que está no limite a vantagem do renovável sobre o combustível fóssil. Isso ocorre porque o etanol tem eficiência energética menor do que a gasolina.

Em alguns postos, no entanto, já compensa abastecer com a gasolina. Para saber qual tipo de combustível é mais vantajoso para o bolso, basta dividir o preço do etanol pelo da gasolina. Se o valor atingir até 0,70, a relação custo benefício pende para o álcool. Hoje, esse resultado está em 0,67.

Nessas duas semanas, Diadema perdeu o posto de renovável mais barato do Grande ABC, na média, para São Bernardo. Essa última vende o litro do derivado de cana-de-açúcar por R$ 1,70, cerca de 1,1% a menos em duas semanas - Diadema cobra R$ 0,01 a mais do que São Bernardo, e variou 1,78% para cima nas bombas no mesmo período.

O motorista de carro flex em Santo André notou os maiores cortes médios de preços nas bombas. Tanto que os valores caíram de R$ 1,79 para R$ 1,73, variação negativa de 3,35% desde o começo do mês, quando o município tinha sido o único do Grande ABC a elevar seus preços, em patamar de 3,5% em relação à última semana de julho.

Os donos de postos de combustível de São Caetano preferiram manter os preços ao consumidor neste mês. Tanto que foi a cidade que menos variou o custo do litro, a R$ 1,81. O valor atual se mantém desde o mês passado.

"Faz um bom tempo que não repassamos. Depois do problema de entressafra que teve, conseguimos manter nas bombas", afirmou o proprietário de posto na cidade, Rodolfo Cetertick. "Não recebemos nenhum comunicado de mudança de preço, então acho que ficará mantido."

O etanol se estabiliza após sucessivas altas, em plena safra de cana-de-açúcar, nos preços desse combustível. Passou de R$ 1,61 em média em junho para R$ 1,79 no fim do mês passado. A escassez da matéria-prima e a elevação da demanda são argumentos utilizados pelas indústrias de cana-de-açúcar para justificar a escalada nos valores.