A busca de serviços personalizados, adequados ao perfil do cliente, já rendeu figuras como o personal trainer e até o personal organizer, responsável pela arrumação de malas etc. No vácuo do dólar nas alturas e do fantasma da inflação que ronda o bolso dos brasileiros, a tendência bate à porta do setor de turismo. Entra em cena o personal traveller, ou seja, o agente de viagens que planeja o passeio direcionado aos anseios do turista e, teoricamente, otimiza o uso do dinheiro.

“Isto vem ao encontro da exigência maior do cliente, que hoje tem acesso a todo tipo de informação e quer melhor aproveitar os recursos”, afirmou Maria Helena Tourinho, diretora da Tornos Viagens.

O papel turbinado do agente de viagens tem sido tema de debates na Abav-RJ (Associação Brasileira das Agências de Viagens do Rio de Janeiro), para a qual o atendimento personalizado mostra-se irreversível.

“O mundo está mudando muito rápido e os agentes têm de se adaptar também. A personalização é uma forma de criar um diferencial que substitui a frieza da Internet”, diz o presidente da Abav-RJ, Carlos Alberto Amorim Ferreira.

Diretora da agência Festival, Elizabeth Ferraz ressalta que a venda de pacotes não pode, portanto, ser feita de forma mecânica: “Muito mais do que meros vendedores, somos agenciadores de sonhos”.

Ao eleger seu personal traveller, o cliente, todavia, há de ter alguns cuidados. Sensibilidade para identificar os objetivos do turista e transparência no momento da venda do pacote são requisitos fundamentais do personal traveller. A relação de confiança entre ele e o cliente também se faz imprescindível.

O custo-benefício é outro ponto que deve ser avaliado: “O cliente costuma avisar a quantia que tem disponível e pergunta o que podemos fazer por ele. Na verdade, a busca por um atendimento personalizado dá-se por questões de segurança e economia”, diz Elizabeth.

Ela ressalta ainda que o turista deve, ao comprar um pacote personalizado, cercar-se dos mesmos recursos que garantem a segurança na aquisição de um pacote qualquer. Checar se a agência é associada à Abav, assinar um contrato e pedir recibo dos pagamentos efetuados são precauções que evitam dores de cabeça futuras.