O bairro Parque Marajoara II, em Santo André, foi atingido na madrugada de quarta-feira por um vendaval que durou cerca de três minutos, segundo meteorologistas, com ventos entre 50 Km/h e 90 Km/h. O fenômeno derrubou uma árvore de 5 m e provocou o destelhamento de um sobrado, danificando o sistema de aquecimento solar da residência. Ninguém ficou ferido.

De acordo com o Sétimo Distrito do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e a agência Climatempo, o vendaval ocorreu por causa do encontro de uma massa de ar quente com uma frente fria que está na divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná.

“Esse vendaval é típico das tempestades que estão ocorrendo em todo Estado desde terça-feira. As altas temperaturas do fim de semana deixaram acúmulo de ar quente. Quando esse ar se encontra com frentes frias, ocorrem vendavais”, afirmou o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo.

Segundo o Sétimo Distrito do Inmet, não é possível determinar precisamente a velocidade do vendaval que atingiu o Parque Marajoara II, pois não existe um aparelho medidor instalado na região. “O vendaval deve ter atingido uma velocidade entre 50 Km/h e 90 Km/h. Ventos normais, por exemplo, que causam brisas, atingem 20 Km/h”, disse o meteorologista da Climatempo.

As duas ocorrências foram registradas na rua Vitória Pena Giorgi, às 5h, e diversos moradores foram acordados com o vendaval. A árvore, um pau-ferro, teve até suas raízes arrancadas e obstruiu uma faixa da rua, prejudicando o trânsito local.

A Prefeitura só foi avisada da queda da árvore às 12h30. Às 14h30, o diretor do Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes), órgão vinculado à Secretaria de Serviços Municipais de Santo André, Sérgio Kodratovitch, ficou sabendo de maneira ocasional o que tinha ocorrido. Ele passava de carro pela rua quando viu o estrago feito pelo forte vento. Às 16h, um caminhão da Prefeitura retirou a árvore da rua e o trânsito foi liberado. “Realmente foi um impacto muito violento. Como as raízes da árvore não foram prejudicadas, vamos replantá-la no Parque Central”, afirmou o diretor.

Prejuízo – O pau-ferro caiu bem em frente ao supermercado Três Irmãos, de propriedade de Ângelo Antônio, 43 anos. “Estava dormindo quando acordei com o barulho do vento. Logo em seguida, ouvi a árvore caindo e as telhas da casa do vizinho sendo quebradas. Nunca vimos algo parecido por aqui”, contou Antônio.

A árvore caída permaneceu em frente ao supermercado até o período da tarde. Clientes não podiam estacionar os carros e mesmo quem tentava entrar no estabelecimento tinha de desviar dela. “Ainda bem que não tive muito prejuízo. O movimento de clientes aqui é maior do meio para o fim da tarde. Mas, mesmo assim, o transtorno foi grande”, acrescentou o dono do supermercado.

Quem tomou um susto maior com o vendaval foi o comerciante Carlos Rogério, 37 anos, além de sua mulher e três filhos. O sobrado onde moram teve arrancadas aproximadamente mil telhas, deixando descoberta praticamente a varanda inteira da residência. A placa utilizada para captação de energia solar foi danificada e o sistema foi desativado. No entanto, o sobrado ainda conta com energia elétrica.

“Estávamos todos dormindo quando fomos acordados com o barulho, que foi ensurdecedor. Jamais vimos algo do gênero. A reforma deve custar cerca de R$ 1,4 mil e levará pelo menos duas semanas”, afirmou Rogério. Parte das telhas caiu sobre casas vizinhas.