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Ford encerra produção de caminhões amanhã

Negociações para a compra da fábrica do Grande ABC ainda não foram concluídas

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
29/10/2019 | 07:24
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Celso Luiz/DGABC


A fábrica da Ford em São Bernardo entra na sua última semana de funcionamento com cenário ainda incerto sobre o futuro das negociações para a compra da unidade. A produção de caminhões vai até amanhã.

No início de setembro, a Caoa foi oficializada como única interessada em comprar a planta da Ford no bairro Taboão. O intuito era que o acordo fosse fechado em até 45 dias, mas, aparentemente, as tratativas ‘esfriaram’.

O secretário estadual da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles (MDB), revelou em entrevista que a Caoa ainda não havia conseguido financiamento suficiente para emplacar a compra – uma transação estimada em R$ 1 bilhão. A empresa buscou recursos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas a instituição já teria rejeitado o empréstimo.

Na última semana, o governador João Doria (PSDB) afirmou, em visita à região, que existem dificuldades para que a Caoa compre a unidade. Sem citar marcas, ele admitiu a alternativa de que montadoras da China entrassem no negócio como plano B diante do impasse envolvendo o grupo brasileiro.

A data do término da produção foi confirmada pelo SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), que realiza assembleia hoje na porta da fábrica. O conteúdo abordado deve ser a orientação aos trabalhadores que permaneceram na planta e ainda aguardam o processo de compra para a contratação pela nova empresa.

A Caoa assegurou, anteriormente, que deve absorver 850 funcionários, mas com a possibilidade de redução de até 30% no valor dos salários. O grupo deve tocar a linha de montagens de caminhões, incluindo a Cargo (herdará o nome que era da Ford) e produzir automóvel leve, ainda sem mais detalhes sobre o modelo.

No início do ano, a Ford mantinha 2.600 colaboradores, sendo que, hoje, há cerca de 1.450. A montadora norte-americana anunciou o fechamento da unidade da região no início deste ano por causa da saída do segmento da fabricação de pesados na América Latina.

Com o encerramento da produção do New Fiesta – único automóvel fabricado na planta do bairro Taboão – em junho, a Ford demitiu 750 trabalhadores que atuavam na linha de montagem. Desde fevereiro, 1.050 profissionais já foram desligados.
 




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