Cultura & Lazer Titulo
Playboy do tráfico
Roseane Castilho
Especial para o Diário
04/01/2008 | 07:08
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Típico garoto da Zona Sul do Rio, freqüentador de boas escolas e de espírito aventureiro. Seu futuro: ser preso como um dos maiores traficantes de drogas do asfalto carioca.

Essa é a história de João Guilherme Estrella, contada no filme Meu Nome Não é Johnny, que estréia hoje nos cinemas do Grande ABC e de São Paulo.

O filme, baseado no livro homônimo do jornalista Guilherme Fiúza, prende a atenção do público. Com trilha sonora e história contagiantes, não dá para tirar os olhos do telão.

Mesmo sendo um criminoso, o personagem principal, interpretado por Selton Mello, é carismático e bem-humorado. O ator dá um show de interpretação. Mineiro da cidade de Passos, Selton convence com o sotaque carioca e jeito típico de playboy.

Como Estrella não é exatamente um sujeito nacionalmente conhecido, Selton teve uma grande liberdade para criar seu próprio personagem, mantendo, é claro, algumas características marcantes da personalidade do verdadeiro Estrella, como o senso de humor.

Um dos pontos altos da película é o julgamento do protagonista, momento em que ele se dá conta de que passou dos limites. Selton Mello leva o público ao fundo do poço junto com o personagem, mesmo sem perder o riso.

Apesar de o consumo e o tráfico de drogas serem temas semelhantes ao Tropa de Elite, de José Padilha, Meu Nome Não é Johnny tem um enfoque menos violento.

O filme é dirigido por Mauro Lima e o elenco conta com atores como Cléo Pires, Cássia Kiss e Júlia Lemmertz.

TRAJETÓRIA

A vida de João Guilherme Estrella é um exemplo de transformação e recuperação.

Filho de um diretor do extinto Banco Nacional, ele tinha tudo, menos limite. Experimentou seu primeiro cigarro de maconha na adolescência e mergulhou de tal forma nesse universo que depois passou a usar e comercializar a cocaína. Chegou, inclusive, a exportar a droga para a Europa.

Preso em 1995, Estrella alegou ser mais dependente do que traficante. Após passar pelo inferno da cadeia comum, ficou em reclusão em um hospital psiquiátrico por dois anos.

Até hoje, o ex-traficante deve sua recuperação à juíza Marilena Soares, vivida no filme por Cássia Kiss, que depositou todas as suas fichas na superação de Estrella.

Libertado em 1998, Estrella encontrou seu caminho na música. Atualmente, se prepara para lançar o primeiro disco solo como cantor e compositor. Além disso, trabalha como empresário de artistas como Ivo Meireles e Funk na Lata.

Ele se emocionou durante as filmagens e durante exibições realizadas em algumas universidades e galerias, em São Paulo e no Rio.



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