O governo federal, os Estados, municípios e as estatais destas três esferas de poder bateram mais um recorde em outubro, ao economizarem R$ 8,2 bilhões para o pagamento de juros da dívida pública. No acumulado do ano, a economia feita atingiu o montante de R$ 77,9 bilhões, o equivalente a 5,59% de todas as riquezas produzidas no país no período, o PIB (Produto Interno Bruto). Os números superam em R$ 6,8 bilhões o total acordado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para ser poupado em 2004 e estão bem acima da meta de 4,5% do PIB do superávit primário (receita menos despesas, excluindo o pagamento de juros) estabelecida pela equipe econômica.

Esse esforço fiscal feito até agora permitirá ao governo ampliar seus gastos em dezembro, como ocorre tradicionalmente, sem prejudicar o cumprimento da meta fiscal do ano, que internamente deverá atingir cerca de R$ 76 bilhões. O BC (Banco Central) espera que ocorra ainda um superávit em novembro, mas já prevê que em dezembro as contas vão fechar no vermelho.

'Fechamos as contas conforme o previsto, com o melhor resultado apurado para meses de outubro desde 1991', comemorou nesta sexta o chefe do Depec (Departamento Econômico do Banco Central), Altamir Lopes. Nos últimos 12 meses, essa economia atingiu o montante de R$ 80,1 bilhões, o que representa 4,81% do PIB no período.