Vereador por três mandatos consecutivos em Ribeirão Pires e atual vice-presidente da Câmara, João da Silva Lessa (PSDB) teve indeferido seu pedido para concorrer pela quarta vez à cadeira no Legislativo. O candidato da coligação Amor Por Ribeirão - do prefeiturável Valdírio Prisco (PSDB) - não foi aprovado no teste de alfabetização aplicado pelo juiz eleitoral José Wellington Bezerra da Costa Neto. A prova era composta por uma frase ditada - retirada de uma revista - e a leitura de um texto.

A sentença, publicada quinta-feira e disponível no cartório eleitoral da cidade, considera o vereador "inapto" à disputa eleitoral por não demonstrar familiaridade com a leitura e escrita de textos. Outros cinco candidatos a vereador no município também tiveram indeferidos seus pedidos de candidatura pelo mesmo motivo: Dário Leopoldino dos Santos (PSC), Pedro Brito de Sousa (PPS), José Hilton Afonso de Carvalho (PR), Marialva Leal dos Santos (PMDB) e Paulo Narciso de Oliveira (PMN). Sete pleiteantes em Rio Grande da Serra enfrentaram a mesma dificuldade (veja reportagem abaixo).

Segundo o cartório eleitoral, o teste foi aplicado individualmente para não criar constrangimento. A frase ditada era a mesma para todos os candidatos. João da Silva Lessa afirma que o baixo desempenho no teste foi causado pelo nervosismo. "Eu nem sei o que dizer. O tempo não foi suficiente para eu concluir a prova, estava com diabete alta e fiquei nervoso. Isso influenciou no resultado", justifica.

Na tarde de sexta-feira, o coordenador regional do PSDB, César de Carvalho entregou o recurso no cartório eleitoral pedindo a reavaliação do caso. "O texto era difícil, com palavras complicadas. Acho que a Justiça deveria ter uma outra postura vendo que o candidato estava nervoso. Tenho a prova comigo. No início do texto, a caligrafia está boa, mas no final, fica torta. Caligrafia não avalia se a pessoa é alfabetizada ou não."

O atual presidente da Câmara, Ednaldo de Menezes, o Dedé (PPS) - pleiteante ao cargo de vice-prefeito pela chapa à reeleição de Clóvis Volpi (PV) -, também acredita que o nervosismo tenha prejudicado Lessa na prova. "Acho que ele ficou nervoso. Todas as vezes em que ele assumiu a Câmara no meu lugar, foi muito bem. E para presidir uma sessão é preciso saber ler e escrever".