Setecidades Titulo
Lei antifumo pode ampliar busca por tratamento do vício
Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
24/05/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Além de restringir o fumo em recintos fechados - como bares, lanchonetes e restaurantes -, a chamada lei antifumo, sancionada neste mês pelo governador José Serra (PSDB) e que entra em vigor a partir de agosto, deve estimular um número maior de fumantes a largar o cigarro.

Muitos dos usuários, porém, precisarão de ajuda médica para deixar de fumar, o que pode provocar aumento da procura por tratamento. "Como a maioria das pessoas não consegue deixar o vício sem ajuda, a divulgação de ações como terapias, grupos de autoajuda e tratamentos deve auxiliar na decisão", avalia Regina Maura Zetone Grespan, assessora especial de Coordenação de Ação Social de São Caetano.

Conforme o que está contemplado na lei, o Estado deve oferecer tratamento e medicação para quem quer largar o vício. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o trabalho envolve os governos federal, estadual e municipal.

A Pasta informou que no Grande ABC foram capacitadas 12 unidades para realizar o tratamento: três em Diadema, três em Mauá, duas em São Bernardo, duas em Santo André e duas em São Caetano.

Nem todos os locais, porém, oferecem tratamento medicamentoso para o tabagismo, segundo informação das prefeituras da região. A maioria fornece orientação e acompanhamento por psicólogos, psiquiatras, além de terapias individuais e de grupo. Porém, em alguns locais, mesmo antes da aprovação da lei antifumo, a procura já era bastante intensa.

Para Adriano César Guazzelli, professor de Pneumologia e coordenador do Ambulatório de Combate ao Tabagismo da Faculdade de Medicina do ABC, se a restrição ao fumo imposta pela lei vai aumentar ou não a procura por tratamento médico, ainda é cedo para avaliar. Mas o simples fato de o assunto ganhar destaque na mídia serve de estímulo para muitos fumantes pensarem na questão, segundo Guazzelli. "A maior causa (do abandono do vício) não é a eficácia das drogas, mas a veiculação dessa propaganda nas grandes mídias", explica o professor.

Mesmo assim, ele afirma que alguns indivíduos vão ter de obrigatoriamente utilizar medicação contra o vício. "Isso tem a ver com dependência química. Tem uma pequena parcela que fica dependente e não consegue largar o hábito. Não é só para cigarro, serve para outras dependências", adverte Guazzelli.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;