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MP comunicará a PGR irregularidades em Maricá
Do Diário do Grande ABC
14/12/1999 | 22:56
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O Ministério Público Estadual decidiu comunicar à Procuradoria Geral da República as irregularidades investigadas em Maricá, Regiao dos Lagos, ligando o município ao tráfico de drogas e de aeronaves com documentaçao adulterada. A promotora Rosana Barbosa Cipriano de Souza tomou a decisao depois da audiência da CPI do Narcotráfico na cidade. Os deputados investigam a ligaçao entre as mortes do coronel aviador Paulo Roberto de Souza Machado, dia 30 de abril, do italiano Franco Pellitiotta acusado de tráfico internacional - e de Waldemir Pereira Machado, o Wal, ligado a Franco.

Em depoimentos à CPI, o comerciante Plínio Ferreira Filho, o encarregado de operaçoes do Aeroporto de Maricá, Marciano José Corso Gomes; e o auxiliar de serviços gerais da Escola de Pilotagem de Maricá, Rodnei Santos da Silva, apontaram um possível envolvimento de militares da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB) na morte do coronel. Um dos citados é o capitao Norberto Novotny. "Já pedi à polícia que o localize", afirmou a promotora. A CPI deve pedir a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos militares que atuavam ou atuam na escola de pilotagem.

Sacos - Nesta terça-feira, o comando da Aeronáutica afirmou que o lançamento de sacos em pára-quedas, citado no dossiê entregue pelo delegado de Maricá à CPI ocorreu nos dias 13, 19 e 27 de abril, foi uma operaçao do 3º Esquadrao de Transporte Aéreo, comunicada ao Aeroporto de Maricá. A FAB afirma ainda que uma Kombi da força, placa LCO 1199, esteve na cidade naqueles dias.

Em Brasília, o Departamento de Aviaçao Civil (DAC), anunciou que inicia, semana que vem, o recadastramento de todas as pistas de pouso e pequenos aeroportos do país. Os militares querem atualizar seus dados e dificultar o uso de pistas clandestinas pelo tráfico. Nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, o diretor-geral do DAC, brigadeiro Marco Antônio Oliveira, disse que requisitará dados sobre a localizaçao, propriedade e dimensoes das pistas.

Segundo ele, o cadastro da Aeronáutica tem nesta terça-feira informaçoes de 2.013 aeroportos no país, um terço deles público. Destes, a Infraero administra 67, de médio e grande porte. O restante é gerido por estados, municípios, aeroclubes e comandos regionais do ar. Exatos 1,3 mil aeroportos sao privados e ficam principalmente no interior. O diretor do DAC citou o caso do Aeroporto de Maricá, por onde, de acordo com a CPI, chegariam as drogas ao Rio. "A gestao é da prefeitura, a responsável pelo uso e fiscalizaçao da pista", afirmou.




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