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Pólo Petroquímico pára em julho para fazer manutenção
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
31/03/2002 | 20:45
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A Petroquímica União (PqU) vai realizar sua 15ª parada técnica para manutenção em 30 anos de atividade durante 25 dias entre os meses de julho e agosto. O diretor industrial da central de matérias-primas do Pólo de Capuava, Adalberto Giovanelli Filho, disse que a unidade alcançou o padrão internacional de intervalo de seis anos entre uma e outra campanha. As duas outras petroquímicas nacionais, Copene e a Copesul, param a cada cinco anos.

Quanto menos parar, melhor e mais barato para a empresa. Esta parada técnica envolve investimentos de R$ 116 milhões, 78 milhões em equipamentos e outros R$ 38 milhões em serviços. Além da PqU, deixarão de produzir as sete fábricas da cadeia que utilizam seu principal produto, o etileno: Union Carbide/Dow, Polietilenos União, Oxiteno, Carbocloro, CBE, Solvay Indupa e Solvay Polietileno.

Tudo é calculado. Os fabricantes de resinas aproveitam a parada para também fazerem ajustes internos, mas todos perdem algum percentual de produção e vendas à medida em que as necessidades ultrapassam os limites e condições gerais de estocagem dos produtos.

Giovanelli afirmou que para esta parada técnica foi realizado um forte trabalho de comparação com técnicas utilizadas por outras petroquímicas pelo mundo. Além disso, a parada servirá ainda para a introdução de novos equipamentos que colocarão a PqU em nível de tecnologia mais avançado. A planta da empresa receberá um novo trocador de temperatura, chamado Pack Inox. Importado da França, o equipamento reduz de forma significativa o consumo de energia. O campo de produção ficará também mais inteligente. As válvulas pneumáticas serão trocadas por sensores eletrônicos que controlam sozinhos as condições de trabalho em mais de 70% da planta.

O assessor para desenvolvimento de novos produtos, Jorge da Rosa, afirmou: “Para quem vê de fora, temos equipamentos que parecem antigos, mas cujo conteúdo tem sido freqüentemente modernizado. Utilizamos tecnologia igual ou melhor às usadas em âmbito mundial. Em termos de escala, estamos dentro da média mundial de 500 mil toneladas/ano de eteno. As outras centrais brasileiras têm o dobro disso, mas em duas plantas”, disse Rosa.

Outra novidade desta parada é a modernização do sistema de produção de propileno polímero, matéria-prima utilizada pela Polibrasil para produção de polipropileno, uma resina plástica utilizada na fabricação de peças de alta resistência. O novo produto atende especificações mais modernas pedidas pelo cliente que consome anualmente cerca de 130 mil toneladas de propileno da PqU. A Polibrasil e a Petrobrás investem em um separador de propeno que ampliará a oferta de matéria-prima necessária para duplicação da produção de resinas em Mauá.

Nestes 25 dias de paralisação, a PqU vai utilizar o serviço de mais de 70 empresas encarregadas de realizar 12 mil operações de manutenção dos equipamentos. Estas empreiteiras especializadas empregam um exército de 4 mil pessoas que se juntam aos 550 funcionários da empresa no ajuste da planta. “Teremos de montar mais três restaurantes para alimentar todo o pessoal”, disse Giovanelli.

Na parada de 1996, a PqU ampliou a produção de 360 mil para 500 mil toneladas de eteno por ano. Nesta, planejava elevar sua produção para 630 mil, mas os equipamentos devem ficar prontos somente em 2004.




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