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Retomada da violência partidária em Gaza: sete mortos, entre eles uma criança
Da AFP
26/01/2007 | 17:36
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Sete pessoas, entre elas uma criança de dois anos, foram mortas nesta sexta-feira na Faixa de Gaza numa nova onda de violência partidária entre o Hamas e o Fatah, uma escalada que compromete o diálogo em vista sobre a formação de um governo de união.

Três ativistas do Hamas e um outro do movimento rival Fatah, assim como um adolescente, morreram na Faixa de Gaza.

Dois militantes do Hamas foram mortos por uma unidade de segurança preventiva, leal ao Fatah, poucas horas depois de uma explosão ter feito uma vítima fatal entre os membros desta força.

Em Khan Yunes (sul), uma criança de dois anos foi morta durante uma troca de tiros.

O ativista Nabil Al-Jarjir, das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligadas ao Fatah do presidente Mahmud Abbas, morreu de madrugada em Jabaliya, norte da Faixa de Gaza.

Um porta-voz do Fatah, Maher Miqdad, acusou a força executiva vinculada ao ministério do Interior, controlado pelo Hamas, de ter "executado" Jarjir depois de um cerco à casa da vítima.

Já o Hamas afirmou em um comunicado que Jarjir faleceu em um confronto com membros da força executiva que pretendiam detê-lo.

No texto que chama Jarjir de "lacaio dos golpistas", referência aos líderes do Fatah, o Hamas afirma que ele era "o principal suspeito" da explosão de quinta-feira à noite que matou um integrante da força executiva.

A explosão de uma bomba na passagem de um jipe desta força deixou 12 feridos, incluindo sete pessoas que estavam no veículo. Hossam Mteir, 22 anos, e um adolescente não resistiram aos ferimentos e faleceram nesta sexta-feira.

O primeiro-ministro palestino, ligado ao Hamas, Ismael Haniyeh, criticou o ataque considerando-o "lamentável".

Pouco depois da morte de Jarjir, um ativista do Hamas, Raed Soboh, morreu e um segundo ficou ferido em Jabaliya, quando homens armados abriram fogo contra o automóvel no qual viajavam, segundo fontes médicas.

O carro atingido pelos disparos estava equipado com um sistema de som que convocava a população a uma manifestação do Hamas, para celebrar o primeiro aniversário da vitória do movimento nas eleições legislativas palestinas.

Como represália pela morte de Jarjir, militantes do Fatah seqüestraram nove militantes do Hamas.

A força executiva respondeu com a detenção de cinco membros do Fatah.

Fatah e Hamas, protagonistas em uma crise política que gerou muitos confrontos, iniciaram na terça-feira uma nova rodada de diálogo para a instalação de um governo de união nacional.

Um reunião programada para esta sexta-feira foi adiada para domingo em virtude dos últimos acontecimentos.

Esta enésima série de diálogos começou dois dias depois de um encontro em Damasco entre o Abbas e o número um do Hamas, Khaled Mechaal.

Antes do encontro, a tensão entre os dois movimentos estava no ponto máximo desde o anúncio, em 16 de dezembro, da convocação de eleições antecipadas por parte de Abbas, após o fracasso nas conversações para a formação de um governo de união nacional.

O Hamas considerou a decisão um "golpe de Estado".

Os ataques entre os dois lados deixaram mais de 30 mortos.



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