A intenção da estatal é desocupar uma área que fica próxima da faixa de 15 m por onde passam os oleodutos da Petrobrás. Pelo alto risco, este trecho é considerado não-edificável. Mais 5 m ao longo da faixa são considerados áreas de segurança. Segundo informações da assessoria de imprensa da Transpetro, o projeto de retirada está em fase final de conclusão, mas ainda não há detalhes disponíveis sobre como será feita a operação, o valor a ser gasto com indenizações aos moradores e quando deve ser feita a retirada.
Além da favela dos Ciganos – que recebeu este nome porque foi inicialmente ocupada por ciganos –, a Transpetro também desenvolve projetos de desocupação nas faixas de dutos em outras áreas da Região Metropolitana de São Paulo. No Grande ABC, a rede de dutos da Petrobrás liga os terminais de Santos e São Caetano e passa pelos municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires.
O projeto na favela dos Ciganos começou no fim do ano passado e os moradores já foram cadastrados pela Transpetro. Os cadastros começaram a ser feitos na segunda quinzena de janeiro. A expectativa dos moradores é que, ainda neste mês, a Transpetro volte a entrar em contato com eles para definir a proposta de retirada.
Os cadastrados contaram que a proposta da estatal é pagar uma indenização a quem tiver de abandonar sua casa. A assessoria de imprensa da Transpetro informou que ainda não foi concluído o projeto de desocupação da área da favela e que, por este motivo, ainda não está confirmado se os moradores serão indenizados.
Em outros projetos de retirada de moradores em áreas de dutos da Petrobrás, a estatal fez convênios com prefeituras para a transferência das pessoas para unidades de habitação popular.
Barraco – O desempregado Leonício Oliveira Borges, 32 anos, mora com a mulher e quatro filhos em um barraco na favela dos Ciganos. Ele disse que se mudou para o local há um ano e seis meses, depois de ter comprado o barraco por R$ 1 mil. Borges disse que pagava R$ 150 por mês de aluguel por uma casa em Utinga, mas teve de deixar o imóvel depois que ficou desempregado.
Borges disse que respondeu ao cadastro feito pela Transpetro e que espera ser indenizado para poder comprar um imóvel e se mudar da favela. “Aqui a gente não tem nem o que comer direito”, disse.
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