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Vandir é investigado por suposta compra de votos
Matheus Adami
Especial para o Diário
11/03/2009 | 07:00
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Heloisa Ballarini/DGABC


O vereador Vandir Mognon (PSB-São Bernardo) responde a inquérito policial por suposta compra de votos durante as eleições do ano passado. O inquérito 51/09, registrado na Delegacia Seccional da Polícia Civil de São Bernardo, foi instaurado em 16 de fevereiro, a partir de representação protocolada no Ministério Público dez dias antes pelo vereador petista Wagner Lino.

O parlamentar se baseou em um acordo assinado em junho do ano passado entre Mognon e Júlio César Fuzari, candidato à Câmara nas eleições de 2004. O documento apontava que, caso Mognon fosse eleito vereador, Fuzari poderia indicar um assessor para o gabinete do socialista. E se Mognon continuasse como secretário de Esportes - cargo que ocupou entre 2007 e 2008 - Fuzari teria direito a duas indicações.

No entanto, o caso está longe de ser definido. A delegada seccional Elaine Maria Biasoli Pacheco informou que "não dá para afirmar nada ainda", e que não há prazo para resoluções. A polícia irá coletar provas, convocar testemunhas e, posteriormente, os envolvidos.

JUSTIFICATIVA - "Não li e assinei. Achava que era uma brincadeira. Em momento algum ofereci cargos, é coisa da cabeça dele (Fuzari)", afirmou o socialista, que se mostrou tranquilo quanto a uma eventual condenação.

"Pretendo apresentar minha palavra com sinceridade. Além disso, não pretendo mais ser candidato."

Caso Mognon seja condenado, assume o ex-vereador Martins Martins (PSDB), cuja mulher, Cláudia Silvana Martins Pereira, apresentou o mesmo documento no cartório eleitoral de São Bernardo contra Mognon, em fevereiro. "Dificilmente eu tomaria essa atitude, pois sou bem mais pacífico. Mas ela teve um reflexo mais rápido. Ela não achou justo ele se eleger desta forma e nós ficarmos por 160 votos", disse Martins, que admitiu conhecer Fuzari.

ANÁLISE - O especialista em Direito Eleitoral Alexandre Rollo afirmou que a questão pode ser interpretada de duas formas. "Uma configura a compra de voto. A outra se mostra não como um crime, mas sim como uma forma de composição política, o que é perfeitamente possível." Rollo acrescentou que, caso a compra de votos seja comprovada, Mognon pode ser preso por até quatro anos.

De acordo com o advogado, a diferença entre os dois conceitos é tênue. "O modo de diferenciar isso é no processo", explica, embora acredite que o caso caracterize, de fato, composição política.

Supervisão Juliana de Sordi Gattone




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