Crise financeira internacional já chega às bombas de postos de combustível. A redução na atividade produtiva, pressiona o volume de produtos transportados e derruba o consumo de óleo diesel.

 Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), desde o estouro da crise internacional em setembro de 2008, o consumo de óleo diesel vem mostrado desaceleração. De entre outubro e novembro, a queda nas vendas foi de 11,4%. De novembro para dezembro, a queda foi menor, de 7,7%.

 O setor transportador, maior consumidor do produto, já sente a força da crise. "Nas cargas para exportação a redução já chegou a 40%", afirma Francisco Pelucio, presidente da Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região). No entanto, para Pelucio, o pior está por vir. "Vamos sentir a crise pesando mesmo depois do carnaval, quando a economia volta para o lugar", lembra.

 Por outro lado, Antonio Caetano Pinto, presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do ABC), tem uma visão mais pessimista do cenário. "Somente setor automotivo, que representa 70% das cargas transportadas na região, reduziu em 37% o volume entregas", lamenta. "Pelas reuniões e expectativas que temos feito, esperamos um leve aquecimento apenas a partir de maio."

 A direção do Regran (Sindicato do Comércio Varegista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), afirma que os postos de combustível que trabalham exclusivamente com o diesel tem sofrido fortes baixas. Para o sindicato, o óleo diesel não dá boa rentabilidade.

 A direção apontou também que a clandestinidade é forte causadora da queda no consumo. A associação constata que o número de pontos de revenda ilegal de combustíveis vem crescendo. Transportadores que levam o combustível à zona rural abasteceriam, esses pontos, que acabam conseguindo oferecer preços bastante inferiores aos praticados oficialmente.