Setecidades Titulo Deficit de policiais
PM segue com desafio de repor 300 oficiais

Expectativa do comandante da corporação é a de que problema seja solucionado nos próximos 4 anos

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
29/01/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 O comando da PM (Polícia Militar) na região segue com o desafio de solucionar deficit de 300 oficiais no efetivo do Grande ABC – problema apontado pelo Diário há pelo menos seis meses. Em coletiva de imprensa na manhã de ontem, o coronel Ronaldo Gonçalves Faro, responsável pelo CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6), destacou que a expectativa é a de solucionar a questão até 2022, com a chegada de profissionais que estão em formação e que serão contratados via concurso público.

Segundo o comandante, o efetivo das sete cidades deveria ser formado por cerca de 3.500 oficiais, no entanto, 3.200 estão em atividade. “Temos 1.800 oficiais que estão na Operação Verão e que serão distribuídos por todo o Estado para completar o que chamamos de ‘claro’”, afirmou. Ele se refere ao número de policiais que precisam ser repostos. No Estado de São Paulo, a estimativa é a de que o número seja de 7.000 profissionais, para uma corporação de cerca de 90 mil funcionários. “Temos a questão das aposentadorias, dos desligamentos de oficiais. Para todo o Estado, temos uma proporção de 10% de claro, mas isso não quer dizer falta de efetivo”, pontuou.

Além dos policiais que serão distribuídos ao fim da Operação Verão, que termina no dia 8 de fevereiro, a expectativa é a de que, até o segundo semestre, seja realizado concurso público para contratação de 2.700 policiais. “Pelos próximos quatro anos, esse governo (João Doria– PSDB) tem a intenção de contratar 13 mil policiais, a fim de completar todo o número do efetivo estadual”, apontou Faro.

O comandante destacou, entretanto, que segurança pública não é feita somente com presença policial. “Se a gente tivesse todo o efetivo completo, lógico que seria ótimo, mas o combate ao crime não é só o policial. Temos uso de tecnologia, de inteligência. Só o homem não resolve”, justificou.

 

ÍNDICES CRIMINAIS

Conforme o Diário mostrou na edição de sexta-feira, as estatísticas criminais divulgadas pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado mostram que índices como homicídios, roubo de veículos e roubo e furto em geral apresentaram queda na comparação com os dados de 2017.

“Vemos que os números estão controlados. Em que pese termos registrado redução nos homicídios, esse é o índice em que nos mantemos mais atentos, inclusive porque em 2018 tivemos alguns casos de feminicídio e os crimes contra a vida merecem nossa atenção”, afirmou o coronel.

O oficial destacou ainda parceria que tem sido estabelecida na região com as prefeituras e agentes de segurança, como a Polícia Civil e as GCMs (Guardas Civis Municipais), além da proximidade com a população, por meio dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança). “Quando falamos de segurança pública, é sempre bom termos os pés no chão. Mas sem dúvida esse bom relacionamento tem impactado nos resultados que temos alcançado”, concluiu.

 

Falta de BO atrapalha combate ao crime, afirma Faro

 

O Diário mostrou na edição de ontem que moradores de ao menos seis bairros de Santo André (vilas Alzira, Guarani e Linda, Jardim do Estádio e parques Jaçatuba e Marajoara) têm sido vítimas de assaltos em pontos de ônibus. O comandante do CPAM-6(Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6), coronel Ronaldo Gonçalves Faro, afirmou que a falta de registro de BO (Boletim de Ocorrência) atrapalha o combate aos crimes. “A polícia está atenta a esses casos, mas não tem bola de cristal. A gente vê a matéria falando dos problemas, mas não temos registro”, declarou.

O oficial também rebateu a fonte consultada pela equipe de reportagem, o professor e especialista em segurança pública Newton Oliveira, que apontou que a polícia não pode trabalhar somente com base nas estatísticas para evitar crimes. “Se há reclamação popular, a corporação tem de ouvir e dar eco a isso”, pontuou. “O especialista diz que estamos errados, mas não estamos. E também não é verdade que a gente só usa os BOs. Acompanhamos pela imprensa, pelas redes sociais. Acontece também que, nas redes, os crimes acabam ganhando maior dimensão e um caso é compartilhado tantas vezes que parece que são mais”, justificou.

Faro afirmou que operações como Guerra às Motos, que tem por objetivo abordar motociclistas para identificar a presença de possíveis ilícitos, está entre as iniciativas para combater este tipo de crime. “Precisamos da participação da população, além de fazer os registros, de evitar situações que os coloquem em risco. Usar os aplicativos que existem para consultar os horários de ônibus e ficar menos tempo no ponto, não expor o celular, que acaba atraindo a atenção dos bandidos. Medidas preventivas”, citou.




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