Se não bastasse a série de sete jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, o lateral-esquerdo Roberto Carlos fez questão de colocar ainda mais lenha na interminável fogueira que se transformou o Corinthians. Incrivelmente franco, desdenhou do principal título corintiano, o Mundial de Clubes da Fifa em 2000, e ainda ressaltou que Zidane foi melhor do que o companheiro Ronaldo.

As declarações bombásticas do jogador foram dadas ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, que será exibido sábado. "Era um Mundialito. Mas, sinceramente, muitos jogadores do nosso time ficavam acordados até as 5h, 6h. O pessoal não dormiu, muitos vieram aqui a passeio. Além do mais, os times europeus enfrentaram calor enorme. O pessoal do Manchester United, então, lá no Rio, ficava só na piscina", declarou o ex-jogador do Real Madrid, um dos participantes da competição.

Sempre contestado pelos adversários, o Mundial da Fifa de 2000 foi cercado de polêmica, principalmente por conta dos discutíveis critérios de classificação. Levando á sério a competição, o Corinthians foi campeão ao bater o Vasco da Gama, nos pênaltis, em final jogada no Maracanã.

Roberto Carlos também não fez média ao falar do craque francês Zinedine Zidane, seu ex-companheiro no Real Madrid e eleito três vezes o melhor do mundo. "Ele era um fenômeno. O melhor jogador que vi em todos os tempos. O Ronaldo é aquela coisa de explosão, um fora- de-série também, sem dúvida. Mas o Zidane é caso à parte. Jogar ao lado dele foi uma coisa de louco. O torcedor chegava mais cedo ao (Estádio) Santiago Bernabéu só para vê-lo aquecer. Nunca vi isso na minha vida", relata.

TREINO FECHADO
No primeiro coletivo na volta ao Corinthians, ontem, no CT Joaquim Grava, Tite cumpriu ritual comum aos antecessores Mano Menezes e Adilson Batista ao proibir a presença da imprensa na atividade.

O treinador manteve a dúvida sobre quem formará o ataque no clássico contra o Palmeiras, domingo, às 16h, no Pacaembu. O mais provável é que Ronaldo seja mantido e tenha Iarley como companheiro.

Tite também estuda duas formações. Uma teria o Fenômeno no ataque com três meias de criação, hipótese que pode ser descartada caso Bruno César seja vetado. O mais provável é que o técnico mantenha o 3-5-2 usado em Campinas, com Leandro Cástan ou Paulo André na defesa.

Pragmático, Tite traçou metas. "Não jogo com fatos, o que precisamos nos oito jogos que faltam é recuperar a harmonia. Sei da grandeza do clássico e vamos dar passo nessa retomada", projeta o técnico que não tem desfalques por suspensão. Apenas Dentinho e Jorge Henrique seguem vetados pelo departamento médico.