Economia Titulo No Grande ABC
Em um ano de reforma trabalhista, geração de empregos não é expressiva

Conjuscs aponta, porém, que este foi argumento usado na aprovação

Da Redação
13/12/2018 | 07:16
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A reforma trabalhista começou a vigorar no País em novembro do ano passado, sob a lei 13.467. Um dos principais argumentos para que a proposta fosse aprovada, a criação expressiva de postos de trabalho, no entanto, não tem sido verificada no Grande ABC. É o que aponta levantamento que integra a Quinta Carta de Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) divulgada ontem.

De novembro de 2017 até outubro, conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), houve 251.437 admissões e 244.364 demissões, o que, em termos líquidos, representou expansão de 7.073 empregos com carteira assinada na região. No período, inclusive, os municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra chegaram a apresentar saldo negativo de empregos (mais demissões do que contratações).

“Em razão das novas formas de contratação de trabalho geradas pela reforma, a nota designa a necessidade de geração de outros indicadores no mercado de trabalho no Brasil – como o acompanhamento mais sistemático dos empregos por tipo de contratação; a evolução da massa salarial e aspectos como a sensação de segurança, sociabilidade e saúde dos empregados”, aponta o estudo, realizado em conjunto pelos pesquisadores do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS Jefferson José da Conceição, Gisele Yamauchi e Gustavo Kaique de Araújo Monea.

Outra constatação do levantamento do Conjuscs é que o número de empregos em uma economia não tem como determinante a legislação trabalhista – embora ela seja de fato importante no elemento do cálculo empresarial no que se refere à contratação de pessoas. “O que determina o nível de emprego é o investimento. E este está comprimido, em virtude de vários fatores, entre os quais, a crise da economia internacional; a contenção dos gastos públicos no Brasil; a redução do investimento privado, em razão da incerteza, da falta de confiança quanto ao futuro e da contração do mercado interno”, assinala o texto do estudo. 




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