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Pé de coelho, trevo de quatro folhas, ferradura... Esses amuletos não integram a bolsa que o meia Chiquinho carrega aos treinos do Santo André, mas bem que poderiam. Isso porque o jovem meia de 21 anos, apesar da curta carreira, já passou por quatro cirurgias e levou até tiro. Mesmo assim, deu a volta por cima e está pronto para retornar ao time. "Estou ansioso, mas com a cabeça no lugar. Não adianta querer adiantar uma situação e depois se dar mal", explica.
Considerado uma das principais revelações recentes da base andreense, Chiquinho sofreu a primeira lesão aos 16 anos. Desde então, foram duas cirurgias para reparar rupturas de ligamento cruzado do joelho esquerdo, uma do joelho direito e outra intervenção no menisco direito. Além disso, fratura por estresse na tíbia direita também o atormentou. Mas, talvez, o pior tenha sido o episódio do último 31 de outubro. O jogador conta.
"Estava voltando do aniversário de uma prima com dois primos que moram no Capuava. Quando parei em um farol, chegou um cara e falou que era assalto. Como o carro estava engatado, soltei e ele se mexeu. O assaltante achou que eu ia fugir, atirou e correu", relembra. "Na hora não pensei que a bala tivesse me acertado, mas quando parei em um posto de gasolina, coloquei a mão e vi o sangue. Aí chamei o resgate", relata.
Apesar de toda a fé que sempre teve nas recuperações, o meia conta que ser baleado foi o pior e coisas horríveis passaram por sua cabeça. "A primeira coisa que você pensa é que vai morrer, porque afinal é um tiro. Mas depois mentaliza também a família e hoje agradeço a Deus por mais uma oportunidade."
A bala fraturou uma das costelas do meia e segue alojada. "Às vezes, ainda sinto uma dorzinha, mas para correr e jogar não sinto nada", garante ele.
Quando foi baleado, o meia já estava recuperado da quarta cirurgia de joelho. O tiro, porém, o afastou por mais um mês. Agora, para o retorno definitivo ao Ramalhão, faltam apenas dez dias de fortalecimento físico. "É preciso ter prudência."
Médico considera meia exemplar
O médico do Santo André, Eduardo Almeida, acompanha de perto Chiquinho desde que o meia despontava entre os juniores. Com tantos problemas, o jogador visitava frequentemente o departamento médico. E ao longo do tempo, o doutor passou a admirar o exemplar atleta.
"Ele demonstra força de vontade gigante. Sempre mostrou empenho fenomenal, queria voltar o quanto antes. É um cara acima da média, que tem qualidade inquestionável e deve deslanchar neste Paulistão", garante Almeida.
Chiquinho, de fato, sempre demonstrou bastante persistência. Ao mesmo tempo, chegou por vezes a pensar em desistir. "Perdi muito tempo (totalizando todas as cirurgias e lesões, quase três anos). Se não tiver a cabeça boa, desanima. Algumas vezes parei e pensei se estava fazendo a coisa certa (em insistir com o futebol), mas tenho amigos que me deram força e ânimo e, principalmente, a família, com quem a gente sempre pode contar. O futebol é o meu único meio de vida e espero dar ainda muitas alegrias à minha família e à torcida", admite. "É difícil com 21 anos ter passado por quatro cirurgias. Desanima. Você pensa realmente se vale a pena. Mas tenho minha família que sempre apostou em mim e não posso baixar a cabeça", completa.
A poucos dias de estar em totais condições para o técnico Pintado, Chiquinho comemora e prevê: "Quero recuperar meu espaço e voltar para brigar para jogar", conclui.
A última partida oficial do meia foi no dia 12 de abril de 2009, contra a Ponte Preta, pela semifinal do Torneio do Interior.
Nunes diz que equipe requer reforços
Autor do único gol do Santo André na derrota por 2 a 1 para o Bragantino, anteontem, em Bragança Paulista, o atacante Nunes repetiu a avaliação do técnico Pintado de que o time precisa de reforços para a sequência do Campeonato Paulista.
"Aos poucos estamos buscando o entrosamento, mas acredito que o time precisa de jogadores mais experientes. Acho que está faltando isso (experiência) para termos mais tranquilidade nas partidas", comentou o atacante, na saída dos vestiários do Estádio Nabi Abi Chedid.
A participação do jogador na partida foi discreta, a exemplo do restante do grupo. Com a lentidão e pouca criatividade na saída do time, o centroavante teve poucas oportunidades para finalizar.
Velho conhecido da torcida do Bragantino - atuou na equipe do Interior antes de se transferir para o Santo André -, Nunes foi vaiado por um grupo de torcedores quase que durante todo o confronto.
Quando fez o gol, devolveu a provocação e foi punido com o cartão amarelo. "O torcedor paga ingresso e tem o direito de falar o que quiser. Joguei no Vasco e quando enfrentávamos o Flamengo a torcida também provocava. Mas não ligo para isso", disse.
O elenco inicia hoje a preparação para a partida contra o Mirassol, quarta-feira (19h30), no Interior, pela quarta rodada. Marco Borba
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