Palavra do Leitor Titulo Artigo
A leitura não é importante
Do Diário do Grande ABC
08/11/2018 | 12:20
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Artigo

O título deste Artigo não lhe causou algum tipo de comoção? Você pode ter pensado: como não é importante? O que o autor está querendo dizer? Certo. É só para chamar a sua atenção, porque você sabe que a leitura é importante. Ponto. No entanto, muitos não dão a devida importância. E nesses muitos podem-se incluir pessoas e o poder público. No quesito pessoas, pelos números de pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro, 44% da população brasileira não lê e 30% nunca compraram um livro. Conforme dados do Inaf (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional), divulgados em julho deste ano, 29% da população brasileira se encontra na faixa de analfabetismo funcional.

Quanto ao poder público, grosso modo, a conversa parece que não é com esse segmento. Para que leitura, se o problema é saneamento básico, infraestrutura, segurança etc e tal? Sempre os velhos problemas, que nunca são resolvidos, entra governo, sai governo. Por que, então, a leitura não é prioridade? Porque com e por ela o cidadão adquire a capacidade de pensar por si só, inicia longa trajetória rumo à criticidade, quando começa a perceber, por exemplo, os conchavos existentes nas esferas do poder, as barganhas que existem no âmbito político, quando um partido, autoproclamado defensor do antiqualquer coisa, faz acordo velado com esse antiqualquer coisa, a fim de garantir governabilidade, em troca de cargos.

O quê? Sim, a leitura desmascara os véus da hipocrisia, pois a pessoa que tem o profundo hábito de ler, lê, antes, a vida, o mundo que a cerca, pois a leitura do mundo precede a leitura da palavra, conforme a máxima de Paulo Freire. Pela leitura você depreende as verdadeiras intenções das pessoas, consideradas lobos em pelo de cordeiro. Porque a leitura faz com que você pense, analise, reflita sobre, pois reconhece que uma fábula não é senão lição a respeito de acontecimento que não poderia ser dito de outra maneira. A leitura aproxima as pessoas. Que livro você está lendo? Puxa, que legal, ainda não li, me empresta ele? É utopia ou isso acontece?

Por que as ações quanto à prática de leitura não são otimizadas pelo poder público? Quantos indivíduos participam de clubes de leitura nos municípios (quando há)? São divulgados? Só há divulgação quando há interesse. Porque, convenhamos, a leitura de texto literário ou de texto teórico muda nossa maneira de ver o cotidiano, a vida, o entorno, nos faz questionar até a nossa própria existência: o que estamos fazendo aqui? Eu, que sempre escrevi sobre produção de texto, não poderia deixar de render homenagem à leitura, pois são faces da mesma moeda. Sem leitor, não há escritor; sem leitura, não há ser humano digno.

Sérgio Simka é doutor em Língua Portuguesa, professor, escritor e leitor.

Palavra do leitor

Gripe espanhola
O jornalista e escritor Ademir Medici, incansável paladino em prol da memória regional, está a prestar relevantes subsídios, na página Memória, referente ao ano de 1918, para historiadores, pesquisadores e memorialistas, que carecem de dados alusivos à gripe espanhola, que foi pandemia do vírus Influenza, porque – até então – desconhecia nomes de munícipes são-bernardenses que partiram de maneira compelida no ‘expresso da eternidade’, vítimas das sequelas do vírus. Por ora, não encontrei nomes de meus antepassados. Saudações ceifadas.
João Paulo de Oliveira
Diadema

Na contramão
Tendo em vista os vereadores de Santo André quererem aumentar as cadeiras de vereadores, entendo que nenhum deles deverá ser reeleito na próxima eleição, por serem os políticos a ‘sarna’ de nosso País. Estão sempre ‘mamando nas tetas’ de nosso povo sofrido. Eleitores, presem atenção a essa gente. Vamos pôr todos eles fora! O País precisa de gente séria e competente. Adeus aos corruptos!
Elcio Carvalho
São Caetano

Vagas especiais
Parabenizo o prefeito Orlando Morando, de São Bernardo, pela atitude tomada em favor de todos nós que temos direito a vagas especiais e que não são respeitadas (Setecidades, dia 6). Quero pedir para que o prefeito possa também, como já fazem outras cidades do Grande ABC, liberar o pagamento de Zona Azul aos idosos.
Maria Aparecida Chitto dos Reis
São Bernardo

Pintado
Dia 5 abro o caderno Esportes deste Diário e, para meu espanto, vejo reportagem de página inteira com Pintado, técnico do São Caetano, reclamando de problemas na Copa Libertadores da América, insinuando que a CBF devia se impor junto à Conmebol para preservar os direitos do times brazucas. Amigo, você é técnico do São Caetano e foi eliminado da Copa Paulista ainda na primeira fase! Lembrando que essa tal Copa é torneio semiamador no segundo semestre, reunindo o ‘bagaço’ do futebol paulista. E você está preocupado com a Libertadores? Amigo, hoje o que vocês, do Azulão, têm de mais importante em matéria de futebol e dar carreirão nesse bando de quero-quero que fica atormentando no campo. Se toca!
Donizete A. Souza
Ribeirão Pires

Hora imprópria
Senador Eunício de Oliveira, colocar na pauta aumentos para STF (Supremo Tribunal Federal) – aprovado – e PGR (Procuradoria-Geral da República) numa hora destas? Ou é para se proteger de futuras sentenças ou vingança eleitoral!
Tânia Tavares
Capital

Musa do veneno
Péssima escolha para o Ministério da Agricultura do presidente Bolsonaro! Justamente a conhecida ‘musa do veneno’, deputada Tereza Cristina, que atuou no PL (Projeto de Lei) 6.299, que flexibiliza o uso de agrotóxicos no Brasil. Tal PL visa permitir o uso de agrotóxicos proibidos e classificados como carcinogênicos, teratogênicos (má-formação de fetos) e mutagênicos. O Brasil já é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e cada brasileiro consome, em média, cinco litros de veneno por ano. Por meio de lobby, empresas do setor buscam descartar no Brasil produtos recusados por outros países. Infelizmente nossos agricultores possuem baixo nível educacional e desconhecem que os agrotóxicos tornam as pragas mais resistentes, assim os obrigando a usar cada vez maiores quantidades ou produtos mais caros. O agricultor e o Brasil serão futuramente punidos ao terem produtos barrados para o comércio exterior quando começarem análises e índices inaceitáveis de venenos proibidos nos países importadores forem descobertos.
Daniel Marques
Virginópolis (MG)
 




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