A Secretaria de Saúde do Paraná divulgou nesta quarta que já foram identificados sete casos de cólera em Paranaguá, no litoral do Estado, em menos de uma semana. Outras 54 pessoas - 15 internadas em hospitais da cidade - continuam sendo investigadas. Segundo o secretário Armando Raggio, esse número deve aumentar porque qualquer pessoa com diarréia passa a ser suspeita. Os casos estao restritos a uma área de aproximadamente 800 metros quadrados.

O diretor assistencial da Secretaria de Saúde de Paranaguá, Eduardo di Giovanni, disse nesta quarta que provavelmente já houve uma morte devido à cólera. Há duas semanas, Zemas de Deus, 23 anos, morreu após apresentar sintomas da doença, mas nao foram realizados exames específicos. "A impressao é que morreu vítima da cólera", disse Di Giovanni. Ele teria tomado banho no Rio Boguaçu e comido frutos do mar retirados do local.

Dezenas de agentes de saúde estao visitando as casas da área de risco, para ensinar como manter a higiene e entregar folhetos sobre a doença. A prefeitura também determinou o aumento no teor de cloro da água distribuída na cidade. Na rodoferroviária de Curitiba, nos postos da Polícia Rodoviária e nos pontos de pedágio estao sendo distribuídos folders sobre a cólera. Muitas pessoas estao descendo para o litoral, aproveitando o feriado da Páscoa.

Técnicos da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estao percorrendo os principais entrepostos de cargas, postos de combustíveis e restaurantes do Estado para um trabalho de desinfecçao dos banheiros com água sanitária. A suspeita da Secretaria de Saúde é que o vibriao da cólera pode ter sido trazido por algum caminhoneiro que transportava carga ao Porto de Paranaguá.

Os bairros afetados pelo vibriao da cólera ficam às margens do Rio Boguaçu. Esse rio tem sua nascente no fundo do pátio de estacionamento dos caminhoes. Os agentes de saúde também estao coletando amostras de água para serem examinadas pelo Laboratório Central do Estado.