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Corregedoria apura ligação entre bombeiro e Elias Maluco
Do Diário OnLine
14/08/2002 | 14:06
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A Corregedoria Unificada da Polícia investiga a possibilidade de o cabo do Corpo de Bombeiros Luiz Gustavo Rangel Euzébio - que socorreu o traficante André da Cruz Barbosa, o André Capeta, nesta terça-feira – participar do grupo de policiais que estaria protegendo Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado da morte do jornalista Tim Lopes. André Capeta foi morto com um tiro na cabeça em um ponto de ônibus na saída da Favela Vila do Cruzeiro, em Bonsucesso, zona Norte do Rio.

Em depoimento, Euzébio contou que foi chamado em sua casa por traficantes da favela para socorrer André. Ele disse que recorreu a cinco clínicas particulares a procura de um neurocirurgião, sob a alegação de que a vítima havia tentado suicídio. Para internar André ele teria apresentado o traficante com um nome falso.

“Esse cabo pode dar algum elemento para fechar a investigação primeira (colaboração de policiais na fuga de Elias Maluco)”, afirmou nesta quarta o corregedor Aldney Peixoto. Para ele, Euzébio pode ser a ponte entre a polícia e o traficante. O bombeiro poderia informar Elias Maluco sobre operações que seriam realizadas para capturá-lo e fornecer fardas para que ele possa circular com tranqüilidade entre as favelas do Rio de Janeiro.

A possibilidade de que policiais do Rio estejam facilitando a fuga de Elias Maluco foi levantada na última segunda-feira. Depois de ter sido detido, há seis meses, o traficante teria pago R$ 600 mil para ser libertado. Desde então, estaria recebendo cobertura de parte da polícia fluminense.

Capeta — André Capeta foi enterrado na manhã desta quarta-feira no cemitério de Irajá, no Rio. Nesta terça, o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Zaqueu Teixeira, levantou a hipótese de que o traficante possa ter se suicidado.

Segundo ele, os indícios surgiram a partir do resultado de um laudo do Instituto Médico Legal (IML) que mostra que o tiro foi disparado de baixo para cima, da esquerda para a direita e com o cano da arma encostado na cabeça. Teixeira garante que essas situações são típicas de suicídio.

Ainda nesta quarta-feira, a possibilidade pode ser descartada ou confirmada com a divulgação de um novo laudo do IML. Nesta tarde deve ser divulgado o resultado do exame residuográfico, que verifica traços de pólvora nas mãos da vítima.

Se a hipótese de suicídio não se confirmar, a polícia deve partir para outras versões para a morte de André. Ele pode ter sido morto por um bando rival ou numa queima de arquivo por policiais responsáveis pela segurança do bando de Elias Maluco e que agora são investigados pela corregedoria da polícia. Entre esses ‘seguranças’ estaria o bombeiro Euzébio.

André Capeta foi o segundo traficante acusado de assassinar Tim Lopes em cinco dias. Na quinta-feira da semana passada, Maurício de Lima Mathias, o Boizinho, foi morto numa troca de tiros com a polícia na favela de Vigário Geral.




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