Em depoimento, Euzébio contou que foi chamado em sua casa por traficantes da favela para socorrer André. Ele disse que recorreu a cinco clínicas particulares a procura de um neurocirurgião, sob a alegação de que a vítima havia tentado suicídio. Para internar André ele teria apresentado o traficante com um nome falso.
“Esse cabo pode dar algum elemento para fechar a investigação primeira (colaboração de policiais na fuga de Elias Maluco)”, afirmou nesta quarta o corregedor Aldney Peixoto. Para ele, Euzébio pode ser a ponte entre a polícia e o traficante. O bombeiro poderia informar Elias Maluco sobre operações que seriam realizadas para capturá-lo e fornecer fardas para que ele possa circular com tranqüilidade entre as favelas do Rio de Janeiro.
A possibilidade de que policiais do Rio estejam facilitando a fuga de Elias Maluco foi levantada na última segunda-feira. Depois de ter sido detido, há seis meses, o traficante teria pago R$ 600 mil para ser libertado. Desde então, estaria recebendo cobertura de parte da polícia fluminense.
Capeta — André Capeta foi enterrado na manhã desta quarta-feira no cemitério de Irajá, no Rio. Nesta terça, o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Zaqueu Teixeira, levantou a hipótese de que o traficante possa ter se suicidado.
Segundo ele, os indícios surgiram a partir do resultado de um laudo do Instituto Médico Legal (IML) que mostra que o tiro foi disparado de baixo para cima, da esquerda para a direita e com o cano da arma encostado na cabeça. Teixeira garante que essas situações são típicas de suicídio.
Ainda nesta quarta-feira, a possibilidade pode ser descartada ou confirmada com a divulgação de um novo laudo do IML. Nesta tarde deve ser divulgado o resultado do exame residuográfico, que verifica traços de pólvora nas mãos da vítima.
Se a hipótese de suicídio não se confirmar, a polícia deve partir para outras versões para a morte de André. Ele pode ter sido morto por um bando rival ou numa queima de arquivo por policiais responsáveis pela segurança do bando de Elias Maluco e que agora são investigados pela corregedoria da polícia. Entre esses ‘seguranças’ estaria o bombeiro Euzébio.
André Capeta foi o segundo traficante acusado de assassinar Tim Lopes em cinco dias. Na quinta-feira da semana passada, Maurício de Lima Mathias, o Boizinho, foi morto numa troca de tiros com a polícia na favela de Vigário Geral.
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