Empresa tem vínculos milionários com prefeituras, mas descumpre ajustes após recuperação judicial
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Apesar de carregar contratos milionários do passado e obter vínculos ainda em vigência, inclusive com prefeituras do Grande ABC, a empresa Emparsanco tem descumprido plano de pagamento a credores dentro do processo de recuperação judicial, aprovado há três anos. A empreiteira, com sede em São Bernardo, já apontou a necessidade da implantação de terceiro aditivo neste período sob alegação de superar crise econômico-financeira. A composição do passivo pendente, conforme relatório dividido por classes, totaliza em R$ 105,3 milhões. Deste montante, R$ 12,4 milhões são referentes a débitos trabalhistas.
Ao não honrar com os pagamentos dos credores trabalhistas, a Emparsanco começou a agendar assembleias tendo como objetivo fazer outro acordo para quitação de valores não realizados. A nova proposta da empresa para liquidar o plano aos funcionários, de acordo com informações documentais, prevê pagamento em duas parcelas, sendo a inicial no primeiro trimestre de 2019 e a segunda até o primeiro trimestre de 2020. Quatro assembleias foram convocadas neste segundo semestre para recondicionar os termos, contudo, todas essas reuniões foram suspensas. O próximo encontro foi designado para o dia 5 de novembro.
A Emparsanco chegou a contratar empresa terceirizada, de consultoria, especializada em planejamento estratégico para executar o novo plano, que visa restabelecer estrutura para pagamento. No acordo proposto, a empreiteira descreveu, em documentos, que o fator primordial a essa situação financeira se dá pela falta de pagamento dos contratos – segundo já relatado anteriormente –, celebrados com as prefeituras de São Caetano e Santo André. Por outro lado, ambas já negaram acumular dívidas com a empresa.
Em agosto, o governo de Santo André homologou novo contrato com a Emparsanco, visando a construção de ponte na Avenida dos Estados, no bairro Santa Terezinha. A concorrência ocorreu em modalidade internacional, e o custo do programa envolve R$ 3,5 milhões. As obras sobre o Rio Tamanduateí sairão com recursos próprios, despendidos pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).
O acerto em São Caetano, de 2016, que contou com aditamento de um ano, abrangia R$ 10,7 milhões. A empresa também foi responsável por parte do projeto Drenar, em São Bernardo, o que englobava a canalização do Córrego Saracantan, e a cargo da urbanização do Sítio Joaninha, em Diadema.
Procurada, a empreiteira não se manifestou a respeito do plano de pagamento das dívidas. Em dezembro, o Diário publicou que a Emparsanco devia dois meses de salários e benefícios de pelo menos 40 funcionários. Na ocasião, a construtora reconheceu os atrasos e afirmou que “está procurando atender e solucionar todos os contratempos da melhor forma possível”.
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