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Vendas de veículos crescem 15% em 2018

Até julho, foi licenciado 1,38 mi de unidades; dólar alto pode ter gerado antecipação de compras

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/08/2018 | 07:30
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Denis Maciel/DGABC


O mercado de veículos zero-quilômetro parece estar reagindo ao período composto por greve dos caminhoneiros e Copa do Mundo, que fez com que o ritmo de vendas ficasse mais lento. Em julho, foram licenciadas 217.506 unidades, o que representa aumento de 7,7% ante junho e de 17,7% frente ao mesmo mês em 2017.

Com o resultado, no ano soma-se 1,38 milhão de emplacamentos, volume 15% maior do que o registrado de janeiro a julho de 2017, quando 1,2 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus havia saído das concessionárias. Para efeito de comparação, esse desempenho havia sido apenas 3,38% superior ao obtido nos primeiros sete meses de 2016. Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Apesar de julho ter contado com o Mundial de Futebol, realizado até o dia 15, as vendas de veículos novos foram as melhores do ano – praticamente empatam com abril (217,3 mil) e superam o montante de dezembro de 2017 (212,6 mil).

“Julho foi bastante positivo. A base de junho é baixa, por conta dos reflexos negativos da greve dos caminhoneiros, e ainda tivemos um dia útil a mais de vendas. Esses aspectos, somados à queda na inadimplência e o aumento da oferta de crédito, estão impulsionando nosso setor. Contudo, as incertezas nos âmbitos político e nacional e o forte índice de desemprego ainda deixam o segmento em alerta”, avalia Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.

Outro fator que pode ter influenciado é uma possível antecipação de compra por receio de o dólar flutuante, porém, em alto patamar, começar a encarecer os veículos zero. Questionado sobre a hipótese, o consultor automotivo da ADK Automotive Paulo Roberto Garbossa assinala que a manutenção do câmbio na casa dos R$ 3,70 (ontem fechou em R$ 3,75) pode impactar no preço dos insumos e, consequentemente, ser repassado aos veículos. “Teremos de esperar para ver como o dólar vai se comportar até o fim deste mês.”

Apesar de concordar que existe esse temor, e que o número de consumidores está sensivelmente menor com as incertezas geradas por conta do combo composto por greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleição presidencial, o superintendente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de São Paulo), Octavio Vallejo, tem perspectivas positivas. “Temos 13 milhões de desempregados, o que significa que deixamos de ter 13 milhões de compradores. No entanto, percebemos que o cenário não está mais contaminando quem está empregado e pretende trocar de carro, como acontecia até junho. As financeiras estão a todo vapor, e agosto é o maior mês do ano, com 23 dias úteis e sem feriado. Estamos otimistas.”

PESADOS - Os pesados tiveram destaque nos emplacamentos. Em julho foram comercializados 6.666 caminhões, volume 16,3% superior a junho e 47,3% maior que julho do ano passado. No ano, os 39 mil exemplares representam alta de 50,1% ante 2017. Quanto aos ônibus, as 2.289 unidades são 92,3% maiores que em junho e 56% superiores a julho de 2017. No ano, a expansão é de 18,4% (9.397).
 




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