A previsível renúncia de Ronan Maria Pinto da liderança da Saged (Santo André Gestão Empresarial) afastaria Romualdo Magro Júnior automaticamente da vice-presidência do grupo que administra o futebol do clube. "Se o Ronan deixar o cargo, também vou entregar o meu. Sempre trabalhamos a quatro mãos. Se é para trocar, sairemos juntos", avisou Magro Júnior, ontem à tarde, ao se referir à dupla que se dividiu nas campanhas de dois acessos e três descensos consecutivos. "Cair três vezes é uma coisa muito desgastante, mas não é só isso que nos desanimaria. O atual sistema prejudica nosso trabalho (da Saged)" , reclamou.

O dirigente garante que, ao adotar o modelo empresa, a diretoria do Santo André (Jairo Livolis e Celso Luiz de Almeida) sugeriu determinado formato que, segundo ele, inviabilizou as finanças relativas ao time. "Diria que estamos amarrados ao Jaçatuba (sede social do clube). Não temos nenhuma autonomia nem para buscar patrocinadores ou novos investidores. Tudo sempre fica na dependência do aval e da assinatura deles", explicou.

Apesar de tudo, Magro Júnior deixa bem claro que a renúncias de Ronan e a dele não significa que ambos venham a largar a Saged. "Assumiríamos outras tarefas. "Continuaremos como cotistas. Temos responsabilidades a cumprir", esclareceu, ao citar, entre alguns detalhes, o comodato de 20 anos que impõe obrigações aos administradores.

Ronan e Magro Júnior pretendem oficializar tudo nos próximos dias - falta definir a data. O vice acredita que Jairo Livolis, como presidente do conselho da Saged, poderia ocupar o posto. "Além de competente, é uma pessoa muito experiente. É o nome ideal", elogiou o vice.

Magro Júnior admite que não tem números exatos, mas as dívidas passam de R$ 8 milhões. A receita líquida mensal é de R$ 190 mil contra despesas de R$ 700 mil. A FPF (Federação Paulista de Futebol) destinou R$ 1,5 milhão. O clube reteve a metade para diversos encargos.