Uma delegaçao da ONU está na capital Phnom Penh desde quinta-feira para organizar, junto ao governo local, um tribunal ``de caráter internacional' para punir os responsáveis pelo genocídio realizado pelo Khmer Vermelho. O regime é considerado responsável pela morte de dois milhoes de cambojanos entre 1975 e 1979.
A ONU e o governo cambojano tentam há meses montar o tribunal, mas discordam porque o Camboja, invocando a soberania nacional, quer ter o controle do processo e quer, principalmente, o direito de supervisionar a nomeaçao dos juízes internacionais. Mas para participar do julgamento a ONU quer que o processo responda às normas internacionais da justiça e que seja dela todo o direito de nomear os juízes e fiscais.
A missao da ONU deve ficar no Camboja até a próxima quarta-feira.
Segundo analistas e fontes diplomáticas, as duas partes precisam, por razoes diferentes, chegar a um acordo. Para o primeiro-ministro Hun Sen um processo com o respaldo da ONU aumentaria sua credibilidade interna e externamente.
Para a ONU, um processo contra os líderes do Khmer Vermelho poderia ser um exemplo de Justiça internacional e servir de modelos a outros processos por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídios.
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