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Crise econômica piora rentabilidade dos hospitais
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/05/2009 | 07:00
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Em meio à crise, cresceu o desafio dos hospitais particulares para alcançarem o equilíbrio entre a necessidade de modernização constante e a atenção com a estrutura de custos, a fim de manterem o negócio viável economicamente.

A avaliação de representantes das empresas é de que as turbulências globais reduziram o crédito para diversos tipos de atividade em todo o mundo e aumentaram as dificuldades para o setor alcançar lucratividade.

Nesse contexto, alguns estabelecimentos do Grande ABC enfrentam problemas, entre os quais o Neomater, de São Bernardo, que vem atrasando os salários dos funcionários. O hospital foi procurado pela reportagem mas não retornou as ligações.

O início do ano, no entanto, não trouxe redução no movimento de pacientes nas redes, de forma geral. Pelo contrário, houve até aumento, no que foi visto como uma "bolha" de atendimento. "Com as demissões (nas indústrias), funcionários passam a usar os planos enquanto ainda têm direito à utilização", afirmou o presidente do Sindhosp (Sindicato das Clínicas e Hospitais do Estado de São Paulo), Dante Montagnana.

Para o dirigente, contudo, há conflitos no relacionamento comercial com as operadoras de saúde. Ele cita que as empresas de planos de saúde não têm repassado os reajustes e têm alongado os prazos para o pagamento dos estabelecimentos. "A rentabilidade do setor fica cada vez mais difícil", avaliou.

Consultada, a Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), entidade que representa o setor de convênios, negou a existência desses problemas de forma generalizada.

As redes de hospitais particulares da região, que somam cerca de 3.000 leitos, atestam que tem havido a postergação. "Estão demorando de 45 a 60 dias para pagarem", afirmou o presidente do Hospital Beneficência Portuguesa de São Caetano, Antonio Rubira.

O superintendente do Hospital Cristóvão da Gama, Fernando Lourenção, disse que tem havido a preocupação com a gestão dos custos para enfrentar melhor essa relação comercial. Segundo ele, a situação atual é de equilíbrio financeiro, mas para manter os negócios rentáveis, a meta é não ficar na dependência de operadoras de medicina de grupo, reforçando o foco em seguradoras e empresas de planos de autogestão.




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