'As disparidades na distribuiçao de riquezas dentro e entre as sociedades aumentaram a um grau preocupante``, destacou o primeiro-ministro turco, Bulent Ecevit. Ele afirmou que as violentas manifestaçoes contra a reuniao da Organizaçao Mundial de Comércio no ano passado, em Seattle, sao 'um mau presságio para o futuro da economia de mercado e da globalizaçao em muito outros países``.

Muitos dos 40 mil manifestantes durante a conferência da OMC denunciaram que a organizaçao, com sede em Genebra e que estabelece as regras do comércio mundial, costuma antepor as necessidades das grandes corporaçoes multinacionais às do pobres, do meio ambiente e dos direitos dos trabalhadores.

Alguns dos adversários moderados pressionaram a OMC para que considere níveis trabalhistas e ambientais mais rígidos, uma idéia à qual se opoem algumas empresas em países em desenvolvimento, que dependem da mao-de-obra barata para obter lucros econômicos.

'Nao podemos perdoar outro Seattle``, disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Para ele, a OMC precisa de mais transparência para que o público apóie uma nova rodada de negociaçoes mundiais de comércio, que, segundo ele, ocorrerá este ano. `Para contribuir para retomar o impulso, espero que Estados Unidos, Japao e outros países desenvolvidos se juntem à Uniao Européia para oferecer imediatamente aos países menos desenvolvidos acesso livre de encargos e de cotas para quase todos os produtos``, acrescentou Blair.

O diretor geral da OMC, Mike Moore, disse que a organizaçao servia de alvo dos protestos contra a globalizaçao. 'Precisamos trabalhar mais energicamente`` para eliminar injustiças no sistema de comércio mundial, afirmou Moore. 'Existe uma enorme ansiedade nos países mais ricos e nos mais pobres, e, por algum motivo, a OMC recebe as culpas de tudo o que acontece de mau no mundo``.