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Arte do aconselhamento profissional
Do Diário do Grande ABC
18/06/2018 | 15:12
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Artigo

A arte pode ser retrato do nosso cotidiano. Por isso, nos identificamos com histórias e personagens. Como gosto de filmes, costumo fazer analogias do que aparece na tela com situações do dia a dia. Revi O Poderoso Chefão, clássico do cinema lançado em 1972. O filme conta a saga dos Corleone, família de imigrantes que controla a máfia em Nova York, nos Estados Unidos. A disputa pelo poder entre famílias rivais é a temática principal da obra e, em meio a ela, o enredo esbanja cenas com grandes lições de estratégia e de tomada de decisões.

Para mim, um personagem pouco lembrado, mas que tem especial valor: Tom Hagen (Robert Duvall). Ele é o advogado da família que exerce a função de consigliere (conselheiro ou consultor). Como o nome já antecipa, sua função é a de aconselhar a família sobre todas as situações que coloquem em risco o negócio.

Apenas para deixar claro, nesta ficção a escolha da família Corleone de entrar no submundo do crime, não deve ser enaltecida! Esta decisão se baseia única e exclusivamente em poder, ganância e em nenhum comportamento ético. Porém, Tom Hagen, aquele que foi eleito para aconselhar a família, devia fazê-lo de forma diligente e, daí, tiramos lições interessantes.

No filme, uma das frases que ele reforça em situação de dificuldade é: ‘Não é pessoal. São apenas negócios’. Ao pararmos para refletir, a mensagem diz que decisão precisa ser tomada com o mínimo de emoção possível. E, acompanhando as cenas, percebemos que quando a razão não é devidamente ouvida o desfecho não é o esperado.

Por isso, a tomada de decisão é arte. E é nesse sentido que em minhas orientações de aconselhamento profissional coloco em prática metodologia que desenvolvi para aprimorar o processo de escolha de lideranças. Trata-se de estratégia para tornar as decisões mais assertivas, conscientes, mais bem posicionadas. Mas por que isso é importante?

Vivemos em período de muito imediatismo, distrações e ruídos. Diante desse cenário, acredito que é preciso entender que o processo de decisão ocorre de modo automático e grande parte das vezes pautado pela emoção. E isso não pode acontecer. Todos os envolvidos na evolução do negócio precisam estar preparados, sem deixar de lado seus valores, para buscar a melhor decisão possível, reduzindo ao máximo os riscos de se fazer má escolha.

Estar diante de situações que exigem decisão requer pensamento estratégico, racionalidade e pouca dose de emoção. É desafio. Diagnosticar o problema e agir corretamente são capacidades que precisam ser treinadas. Não nascemos consigliere, mas podemos nos tornar.

Uranio Bonoldi é consultor e palestrante.

Palavra do leitor

Adoção
Sobre a reportagem intitulada ‘Burocracia atrapalha adoção’ (Setecidades, ontem), é errônea a citação de que o total de crianças e adolescentes em acolhimento institucional esteja apto a adoção. O acolhimento é medida protetiva de exceção que deve ser aplicada em último caso, quando outra dentre as previstas no artigo 101 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) não for possível. Porém, deve ser observado o artigo 100, inciso X, que prevê a prevalência da família. A maioria das crianças e adolescentes em acolhimento institucional é acompanhada, elas e suas famílias, pela rede de proteção social (assistência social, saúde, educação entre outras) que trabalha ações visando o restabelecimento e fortalecimento dos vínculos familiares e o retorno desta crianças e adolescentes a suas famílias naturais. Não sendo possível, e caso não seja esta a melhor opção, então sim pode ser considerada a adoção.
Gecimar Evangelista
Mauá

Pombos
Os pombos foram introduzidos no Brasil no século 16, trazidos pelos europeus e aqui se adaptaram muito bem e se tornaram praga urbana, de certo modo pela grande oferta de alimento e abrigos facilitados nos prédios das cidades. São transmissores de várias doenças: criptococose, histoplasmose, meningite, ornitose, salmonelose, dermatites, toxoplasmose e alergias. Mais do que leis, hipocrisias e falsos moralismos, o que necessitamos é de ações urgentes dos órgãos do governo para enfrentar este problema, como realmente merece – um caso de saúde pública (Setecidades, dia 16). Penso que se poderia realizar a sua captura com o auxílio de redes e transformá-los em alimento para outros animais carnívoros que vivem em zoológicos.
Nelson Chada
Santo André

Trabalho infantil
Acabei de ler a reportagem sobre o trabalho infantil (Setecidades, ontem) e não me contive diante do que considero mais uma demonstração de falta de competência dos atuais gestores de nossa região. Vamos aos fatos. As crianças estão de volta às ruas por toda parte neste País e isto se deve ao fato de que, ao contrário do que afirmam as autoridades, a renda das famílias despencou, particularmente das famílias mais pobres, consequência da atual política econômica e da falta de políticas sociais dos atuais governos, federal, estaduais e municipais. Pensar que elas estão nos faróis porque não têm como participar de programas educacionais, esportivos e de lazer, é desconhecer, ou ignorar, que estão ali porque precisam ajudar a colocar comida nas mesas de suas casas e roupas em seus corpos, principalmente agora, quando estão submetidas ao rigor das baixas temperaturas do inverno que se aproxima. Também não adianta tentar que parcerias com a iniciativa privada deem conta de resolver este problema, porque não darão. É dever do Estado prover a população com políticas que melhorem as condições de vida, sobretudo daquelas que não têm outra possibilidade, senão a intervenção estatal. Portanto, o GT Criança e Adolescente, do Consórcio Intermunicipal, precisa é trabalhar para a elaboração de políticas públicas que atendam as reais necessidades da parcela da população que é objeto de seu trabalho. No caso dos governos municipais, é preciso prever na Lei Orçamentária Anual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual a inclusão de programas e projetos que tenham destinação de recursos para o atendimento dessas crianças, pois, se não colocar comida na mesa e roupa no corpo e calçados em seus pés, elas continuarão nas ruas Ad aeternum.
Jeronimo de Almeida Neto
Santo André

Condução coercitiva – 1
Lamentável a interpretação da maioria dos ministros do STF, que por 6 votos a 5 proíbe condução coercitiva de investigados (Política, dia 15). Esse instrumento muito utilizado pela Lava Jato, que estava em vigor desde 1941 e liminarmente suspenso por Gilmar Mendes em 2017, teve proibição solicitada por PT e OAB. Como se esse instrumento fosse antidemocrático. Ora, a nossa democracia não é mais pujante e consagrada do que a dos EUA, Inglaterra, França e outros países que admitem a condução coercitiva de investigados. E, neste sentido, esta decisão revela mais um circo de incoerências jurídicas, infelizmente, abonada pela Suprema Corte. É de se perguntar: o que é pior, levar suposto investigado por condução coercitiva ou com sua prisão preventiva decretada para que preste esclarecimento?
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Condução coercitiva – 2
É interessante de se notar como são sempre os mesmos ministros do Supremo Tribunal Federal que votam contrariamente ao entendimento da Operação Lava Jato e da maioria da população brasileira, como foi a decisão de proibir a condução coercitiva, importantíssimo instrumento da Justiça usado para levar um investigado às barras da lei, quando sua culpabilidade é clara e inequívoca. Com tal proibição fica cada vez mais difícil moralizar esse País. Só para dizer o mínimo.
José Marques
Capital

Quase desconhecida
Pode pesquisar, pouquíssimos cidadãos sabem recitar a escalação da Seleção que está defendendo o Brasil na Copa do Mundo da Rússia. Por outro lado, considerável parcela da população conhece de cor e salteado os nomes de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal e dos mais notórios criminosos do colarinho-branco que diariamente ocupam os noticiários policiais.
Luís Fernando Amaral
Laguna (SC) 




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