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Preso policial acusado de tortura
Do Diário do Grande ABC
15/08/2004 | 21:11
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O soldado da Polícia Militar Wilson Russi Schilive, acusado de torturar em fevereiro cinco jovens em uma base na praça Giovanni Breda, no bairro Assunção, em São Bernardo, foi preso na noite deste sábado por policiais do 6º Batalhão da PM.

Ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na capital, onde aguarda julgamento. Sua prisão preventiva foi decretada na sexta-feira pela juíza substituta da 4ª Vara Criminal de São Bernardo, Ana Paula Gomes Galvão Arcuri, juntamente com as dos soldados Adenilson Ramos, Admilson Viana de Lima e Sandro da Silva Serra. Os três também são acusados de tortura, mas ainda não foram presos.

Os soldados Adenilson Ramos e Sandro da Silva Serra já haviam sido acusados do mesmo crime pelo promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior, mas a juíza titular da 4º Vara, Ely Amioka, não acatou o pedido. "O fato de a juíza ter indeferido a denúncia não impediria que os dois fossem afastados e respondessem a processo interno. Isso, certamente, teria evitado que eles continuassem a praticar atos violentos contra civis", afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional de Direitos Humanos.

Os cinco jovens – dentre eles uma garota – que acusam os policiais de tortura foram detidos em fevereiro durante uma operação policial, depois de serem apontados pelo PM Schilive como autores do roubo de seu carro. Eles, que ficaram 112 dias presos na Cadeia de Mogi das Cruzes, afirmaram que foram espancados para que confessassem o crime. Exame de corpo de delito indicou espancamento.

Segundo Isabel Peres, coordenadora da Acat (Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura), as vítimas estão sofrendo represálias para que abandonem o caso, e apreensivas porque os outros três policiais ainda estão soltos.




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