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Cores e formas das nações

Bandeiras possuem significados e referências levando em conta história que representam

Luís Felipe Soares
Diário do Grande ABC
20/05/2018 | 07:00
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Divulgação


Conhecer detalhes da história de uma bandeira necessita pesquisa e troca de informações. Os interessados podem saber curiosidades por meio da vexilologia, como é conhecido o estudo desses símbolos. Todas possuem significados e referências distintas levando em conta a história dos locais ou grupos que representam.

A chegada da Copa do Mundo deste ano, marcada para começar no dia 14, amplia a atenção para as bandeiras, principalmente quanto à dos 32 países participantes. Há formas, cores e detalhes especiais em cada uma delas e separamos explicações para os ‘cabeças de chave’ dos oito grupos da competição mundial de futebol, incluindo o Brasil.

O item é espécie de carteira de identidade das nações (ou regiões, Estados e cidades), sendo que um desenho eficiente acaba reconhecido facilmente – o bastante para que até as crianças mais novas possam desenhá-las usando a lembrança como base. Sua missão é a de ser símbolo visual capaz de ser vista e entendida a muita distância, por isso vivem hasteadas no alto.

Existem padrões mais comuns, caso das tricolores (na vertical e horizontal), típicas do século 19. Também é possível apontar significados regionais. Os países nórdicos apresentam a cruz escandinava, localizada na parte esquerda do retângulo, como visto na Suécia e Dinamarca, esta última com uma bandeira mais antiga do planeta (1219). As cruzes no centro remetem ao período das cruzadas cristãs, incentivadas na Inglaterra, por exemplo.

Alguns elementos têm várias explicações. As estrelas podem simbolizar ilhas, felicidade ou união, entre outras coisas. No Senegal, há estudos que mostram que as cores verde, amarela e vermelha têm companhia de estrela central por ser homenagem à união dos povos africanos, com o fato de ela ter cinco pontas representando sua abertura para os outros quatro continentes. Há história escondida por trás dos ícones visuais, basta querer conhecer. 

GRUPO A – RÚSSIA - Reza a lenda que o então czar Pedro I, o Grande, adorou a bandeira da Holanda e decidiu pegar as mesmas cores, mas em ordem diferente. O branco pode simbolizar o gelo pólar, o azul, o Oceano Àrtico e, o vermelho, o povo

GRUPO B – PORTUGAL - Após a proclamação da República, em 1910, a nova bandeira conta com vermelho (revolução) e verde (exploração de terras), além do emblema que mescla homenagem ao passado imperial e item no fundo lembrando a navegação

GRUPO C – FRANÇA - A combinação de azul, branco e vermelho é ligada a ato do marquês de Lafayette na queda da Bastilha (1789), no qual colocou a parte branca entre os outros tons que representavam a capital Paris para sinalizar acordo com o rei destituído

GRUPO D – ARGENTINA - Usando o céu como inspiração para as cores, fato histórico em 1810 contou com a população saindo às ruas com fitas azuis e brancas para exigir independência, com o ‘sol de maio’ sendo adicionado ao desenho mais tarde, em 1818

GRUPO E – BRASIL - A Bandeira Brasileira como a conhecemos hoje em dia foi oficializada em 19 de novembro de 1889, com desenho do pintor Décio Vilares. Mas sua ilustração original é datada de 1822, sendo que o projeto ainda contava com itens do período da monarquia portuguesa no País. Características como as formas geométricas nas cores verde (referência às matas e à importância da agricultura, além da celebração da primavera), azul (representação do céu) e amarelo (sobre as riquezas minerais da Nação, principalmente o ouro) já existiam. Entre as novidades vieram a saída do brasão imperial, as estrelas (uma para cada Estado brasileiro e Distrito Federal) e a faixa branca com os dizeres ‘Ordem e Progresso’, termo inspirado em lema do positivismo, uma corrente filosófica francesa

GRUPO F – ALEMANHA - O desenho foi retomado após a Segunda Guerra Mundial (1949), com os tons surgindo na expressão ‘Saindo da escuridão da servidão (preto) através de sangrentas batalhas (vermelho), chegamos à luz dourada da liberdade (amarelo)’

GRUPO G – BÉLGICA - Entre diversos casos históricos ao longo do tempo, a união das cores foi usada pela primeira vez em 1789, sendo adotada de maneira oficial no ano de 1831, quando as tonalidades foram colocadas lado a dado tendo inspiração no símbolo da França

GRUPO H – POLÔNIA - A bandeira atual do país foi oficializada pelo parlamento polonês em 1919, tendo como base as duas cores tiradas do escudo da nação: o branco como referência à àguia branca característica e o vermelho sendo o fundo do desenho

Consultoria de Tiago José Berg, vexilólogo (quem estuda bandeiras, histórias e significados), docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Campus Capivari) e autor dos livros 'Hinos de Todos os Países do Mundo' (2008) e 'Bandeiras de Todos os Países do Mundo' (2013).




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