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A água e o senso de urgência
Do Diário do Grande ABC
07/05/2018 | 10:22
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Artigo

A construção de agendas globais é excelente maneira de fazer avançar temas relevantes para o planeta, pois nos incentiva a assumir compromissos e agir em busca de soluções palpáveis. É o caso da Agenda 2030 das Nações Unidas, que alia compromissos amplos, por meio dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), a metas mais concretas, que facilitam a ação de empresas e organizações da sociedade civil. O ODS 6, voltado para a disponibilidade de água potável e saneamento, por exemplo, é tema de prioridade máxima. É por meio da água que, segundo estudo da ANA (Agência Nacional da Água), a população mundial deverá perceber mais rapidamente os efeitos das mudanças climáticas.

Se o problema da água é global e coletivo, as soluções serão necessariamente locais e individualizadas. Quando se atua em instituição como o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) é possível ver que empresas brasileiras têm experiências relevantes, que dialogam com metas e indicadores propostos pelo ODS 6.

Esse é o caso dos estudos das condições de disponibilidade e perdas na distribuição de água em São Paulo e no Rio, conduzidos pela Braskem em parceria com a Sanasa e o Instituto Trata Brasil. Outra importante pesquisa diz respeito ao cálculo do real valor da água, que mostra que a água de reúso permite a manutenção da produtividade mesmo em cenários de escassez. Isso pode ser verificado em projeto da BRK Ambiental, em São Paulo, que permitiu a empresa dobrar os ciclos de uso de água de resfriamento sem sentir impactos da crise de 2014/15 na produção.

Práticas empresariais que aumentam a produtividade diminuem perdas e intensificam a recirculação da água estão registradas no Guia de Eficiência e Economia Circular da Água, lançado por nós no Fórum Mundial da Água de 2018. Além disso, lideradas pelo CEBDS, essas empresas assinaram o compromisso empresarial brasileiro para a segurança hídrica, que servirá de base para a construção de plataforma pública que concentrará ações e metas de gestão hídrica. Por meio dessa plataforma, será possível influenciar atitudes no dia a dia da sociedade, e especialmente de outras empresas.

Absolutamente alinhados ao propósito de compartilhamento da água, os dois documentos serão legado empresarial, especialmente considerando que no Brasil ainda convivemos com cenários que remontam ao século 19, como na questão do saneamento, por exemplo. Mais do que nunca, as mudanças do clima e seus desdobramentos em relação à água nos obrigam a agir com senso de urgência.

Marina Grossi é presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).

Palavra do leitor

Lembrança futebolística
Sou leitor assíduo da coluna Memória, sob a responsabilidade do jornalista Ademir Medici. Mas na de sábado algo me chamou a atenção e me fez voltar ao tempo (Setecidades, sábado). Refiro-me ao amistoso de futebol realizado no dia 5 de maio de 1918, em Santo André, envolvendo o Operário local e a equipe de Itapira. O colunista teve a preocupação de mencionar “os dois quadros”. Antigamente, quando o futebol não era profissional e não tinha esses campeonatos oficiais, cujos jogos chegam a atrair milhares de torcedores aos luxuosos estádios ou arenas, a realização de amistosos era a atração dos domingos. Só que os amistosos tinham as partidas preliminares. Era uma fórmula de oferecer “aperitivo” aos torcedores que compareciam mais cedo aos locais dos jogos e ficavam aguardando o jogo principal. Anos depois, a própria Federação Paulista de Futebol, ao organizar seu campeonato estadual, obrigava as equipes a manter uma equipe de aspirantes. Era um tipo de incentivo para a revelação de talentos. E muitos craques da bola foram revelados ao profissionalismo pelo Nacional, da Rua Comendador de Souza, e Juventus, da Rua Javari, da Capital. Quem não se lembra da Portuguesa Santista e do Jabaquara, ambos de Santos? Saad, de São Caetano, Botafogo e Comercial, de Ribeirão Preto. Noroeste e Bauru Atlético Clube, de Bauru. Enfim, uma infinidade de equipes que fazem parte da história do futebol profissional do Estado de São Paulo. Obrigado, Ademir Medici, por essa sua feliz lembrança de citar o amistoso do saudoso Operário, de Santo André, o que me possibilitou voltar a um passado não tão distante como 1918.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Comparações
As declarações de Guilherme Boulos (líder do MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) tentando livrar-se de responsabilidade sobre a tragédia de São Paulo têm a mesma credibilidade que a dos palmeirenses que tentam mostrar que o time tem título mundial.
Vanderlei Retondo
Santo André

Olhai por nós também
É muitíssimo louvável essa atitude do nosso governo em receber refugiados vindos de várias partes do mundo, fugindo de todo tipo de tragédias. O fato é que já chegam aqui com emprego e moradias, empenho que não vemos de autoridades brasileiras quando se trata dos nossos próprios indigentes, que vivem à mingua e morando em verdadeiras arapucas prestes a implodir. Melhor nem falar dos 13 milhões de desempregados.
Marisa Elisa Amaral
Capital

Passou em branco
Um exemplo de como as coisas acontecem nesse País. Fizeram um escândalo tão grande sobre o auxílio-moradia aos juízes e, no entanto, a imprensa deixa passar essa notícia como se nada fosse. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, solicitou o aumento do próprio salário, justamente quando a empresa passa por cortes do seus custos. Ele ganha atualmente R$ 52,3 mil e quer passar a ganhar R$76,6 mil. O pedido foi enviado à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, em 14 de março. Vejam como é tudo errado neste País. O sujeito é indicado, trabalha para si, a estatal quebrada e o povo paga a conta. Privatizem já, seus aproveitadores do dinheiro público. Onde está o Congresso que se cala diante desta afronta?
Izabel Avallone
Capital

Direitos e deveres
Em entrevista ao Diário, para o repórter Francisco Lacerda, a coordenadora nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Maria das Dores, disse que sua formação e tudo que sabe na vida foi através de seu ingresso no movimento em 2007, portanto já com quase 40 anos de idade (Política, sábado). Será que até então não teve como estudar e trabalhar para conquistar sua moradia e outras necessidades básicas com dignidade? Numa página inteira do jornal, o termo “temos direito” é citado uma série de vezes enquanto as palavras “dever e trabalho” sequer foram mencionadas. Disse ainda que não acha ilegal invadir propriedades e fazer ocupações e que essas práticas devem aumentar. Um absurdo. Que temos problemas de moradia, Educação, Saúde etc, todos sabemos. Em vez de lutar para obter tudo de graça como temos visto ultimamente, entendo que esses movimentos deveriam canalizar suas forças e energia na luta por empregos e salários dignos e boas escolas para formar cidadãos capazes de caminhar com suas próprias pernas e não ficar dependendo de ajuda governamental, pois, na verdade, nada é de graça e quem paga a conta é toda sociedade. Assim como eu, milhões de brasileiros estão conseguindo alguma coisa na vida através do estudo e muito trabalho árduo desde criança. Trabalho e estudo não matam ninguém e são a melhor receita que conheço para vencer na vida.
Mauri Fontes
Santo André

De quem é a culpa?
Se mesmo diante de tamanha quantidade de robustas e inequívocas provas o presidente Michel Temer for declarado inocente, não haverá nenhum culpado por corrupção no âmbito da Lava Jato. Só para dizer o mínimo!
José Marques
Capital 




Comentários

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