Nos últimos dias, o dólar apresentou forte valorização em relação ao peso argentino, à medida que investidores passaram a acreditar que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode elevar os juros com mais agilidade nos Estados Unidos, o que poderia acarretar em uma migração de capital para os Estados Unidos. Além disso, neste mês entrou em vigor um imposto financeiro que afeta os estrangeiros, o que levou a muitos fechamentos de posições nas Letras do Banco Central (LEBAC) para evitar o novo tributo, o que resulta em compra de dólares.
Com a intenção de conter a moeda americana e, consequentemente, de interromper a desvalorização do peso argentino, o banco central fez intervenções no mercado de câmbio e, na última quarta-feira, vendeu US$ 1,471 bilhão, na maior operação diária de sua história.
Para a Capital Economics, apesar da decisão do BCRA ter dado algum apoio ao peso argentino, "o crescimento da vulnerabilidades macroeconômicas significa que a moeda deve retomar a tendência de baixa em pouco tempo". Além disso, a consultoria indica que há boas chances de novas elevações no juro básico nos próximos meses.
Na quinta-feira, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) havia alertado que um ajuste fiscal lento poderia afetar os níveis da dívida do país "criticamente". Já o banco francês BNP Paribas destacou a baixa credibilidade do banco central, que teria adiado ajustes necessários antes das eleições legislativas vencidas pelos governistas ligados ao presidente Maurício Macri no ano passado.
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