Ser metalúrgico por muito tempo foi um dos sonhos de boa parte dos moradores do Grande ABC. As grandes empresas multinacionais que se instalaram na região sempre pagaram bons salários e concederam benefícios jamais oferecidos por outras categorias profissionais.
No entorno das indústrias, trabalhadores ganharam seu sustento, construíram suas famílias, educaram filhos e obtiveram muitas outras conquistas. Entretanto, o segmento sempre foi amplamente sensível às oscilações da economia. E quando é afetado pela crise, diminui o ímpeto das linhas de produção. O que, consequentemente, resulta na necessidade de menor número de pessoas para operar as máquinas.
Hoje, Dia do Metalúrgico, este Diário divulga estudo feito pelos sindicatos que mostra, entre 2013 e 2017, a extinção de 46,6 mil postos de trabalho nas firmas do segmento. Significa que, na média, 25 pessoas por dia receberam a carta de dispensa ou, em uma conta ainda mais aproximada, que a cada hora houve um corte.
O metalúrgico é o trabalhador símbolo do Grande ABC. Entretanto, nos cinco anos que compreendem o levantamento que serve de base para a notícia, teve sua base reduzida de 143,6 mil para 97 mil operários. Efeito dos graves problemas que o Brasil enfrentou e que estagnou a economia.
Agora, que o pior parece ter passado, a produção acelerou o ritmo novamente e anúncios de contratações já aparecem em uma ou outra fábrica. Claro, ainda longe do ideal.
Para que sejam retomados os números favoráveis é necessário que ocorra ação firme e constante de todos os setores. Principalmente que o governo federal destrave de uma vez o Rota 2030, programa de incentivos fiscais. As multinacionais esperam por isso desde o início do ano para que possam planejar suas estratégias. A demora vai fazer com que investimentos tomem outros rumos.
O Diário tem feito a sua parte, que é cobrar agilidade do governo em relação ao Rota 2030. Como nenhum outro veículo de comunicação do País.
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