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Picadeiro fomenta sonhos

Há uma década, Circo Escola de Diadema abraça projetos voltados à comunidade

Caroline Manchini
Especial para o Diário
26/03/2018 | 07:01
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Nario Barbosa/DGABC


 A importância e a magia do circo vão muito além do que as pessoas possam imaginar. Entreter e divertir são pequenas ramificações do Programa Circo Escola Diadema que, há uma década, trabalha em prol da comunidade. Curar dores, superar traumas, conquistar sorrisos e transformar vidas são os grandes objetivos dos educadores que fazem parte dos projetos. “O circo é espécie de terapia para os alunos, já que não trabalhamos apenas a questão motora, mas também a social de cada um”, explica o professor Juliano Soares.

Criado em 2008 pelo acrobata e educador Marcio Costa, o programa oferece oficinas circenses gratuitas, palestras e workshops, além de ter um minicirco itinerante, que já percorreu dezenas de cidades brasileiras. Cerca de 10 mil pessoas, entre crianças, adultos e idosos – de 3 a 85 anos – estudaram lá e, hoje, 1.800 estão matriculadas, visitando o espaço semanalmente. “Ter mudado as diretrizes do circo, transformando-o em algo pedagógico, é a minha maior gratificação. Ele tem o poder de realizar sonhos, melhorar a autoestima e sair da educação tão convencional que ainda temos nas escolas.”, comenta a coordenadora do Circo Escola Diadema, Viviane Tápia.

Além de formar artistas, o programa prepara alunos para tornarem-se educadores, como aconteceu com Anderson Pinheiro, hoje com 19 anos: “Aos 8 iniciei e já faz dez que estou aqui. Eles (professores) me ensinaram muito e mudaram minha vida. Posso dizer que realizei o meu maior sonho, que é trabalhar aqui. Amo o que faço e não imagino meus dias sem o circo”, sorri.

O sonho de Anderson é o mesmo da pequena Elloá dos Santos, 9. “Aqui (no projeto) descobri que posso alcançar meus objetivos e ser alguém na vida. Quero dar aulas e ensinar a arte circense para outras pessoas”, afirma.

Nesses dez anos, mais de 80 mil munícipes tiveram a oportunidade de assistir aos espetáculos e aprender com palestras de temas informativos, como sustentabilidade, prevenção e sexualidade. Viviane destaca a importância de “conscientizar” a comunidade: “São temas simples, porém necessários. É essencial que as pessoas estejam informadas. Esse é um dos nossos objetivos”, encerra.

FESTA ESPECIAL
Artistas vão se apresentar em quatro lonas montadas na Praça da Moça (Avenida Alda), em Diadema, até amanhã, a partir das 10h. A programação da Semana do Circo, que teve início no sábado, conta com espetáculos, oficinas e exposições. Cerca de 6.000 ingressos estão sendo distribuídos. O evento, resultado da parceria entre o Circo Escola Diadema e a Secretaria de Cultura da cidade, foi organizado em homenagem ao Dia Internacional do Circo, celebrado amanhã.

Caminhando na corda bamba
Sem apoio cultural a situação é bem diferente. Leonardo Rabello, coordenador do Cirkus Monte Carlo, criado em São Paulo há mais de 25 anos pelo artista Guilherme Palacio, sente na pele a dificuldade em manter um circo apenas com o dinheiro arrecadado da bilheteria e apoio de alguns patrocinadores. “Hoje é difícil levar a arte circense à população, já que não temos incentivo governamental ou cultural”, lamenta.

Ao circular pelo Brasil e por outros países, o Cirkus Monte Carlo, que está na Rua do Túnel (ao lado do Ginásio Poliesportivo), em São Bernardo, até dia 8, encontra mais obstáculos. “A locação do terreno é a questão mais complicada quando chegamos ao nosso destino, além das contas de água e luz”. Por fim, ele diz que o “circo não é valorizado” e precisa de mais “apoio do governo”, já que o único objetivo é levar alegria às pessoas.

As sessões são de terça a sexta, às 20h30, e aos fins de semana, às 16h, 18h e 20h30. Os ingressos custam de R$ 20 a R$ 50 (vendas no local).

TEM MAIS
CIA CIRCO DO ASFALTO – O picadeiro da Cia Circo do Asfalto, em Santo André,
serve também como espaço de ensino para Fran Marinho, que ministra aulas de palhaço, e Fernanda Meneghetti, responsável pelas aulas de acrobacia. As oficinas são oferecidas gratuitamente à população e no início do próximo semestre serão abertas inscrições.

CAJUV – Na Coordenadoria de Ações para a Juventude, em São Bernado, as matrículas para participar das oficinas circenses serão abertas em fevereiro de 2019. Podem participar munícipes
de 16 a 29 anos.




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