Política Titulo Editorial
Rio não é esgoto
Do Diário do Grande ABC
22/03/2018 | 11:42
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Os rios que cortam o Grande ABC pedem socorro. Sujos, malcheirosos, feios e sem vida. Triste é a realidade de uma região tão rica e desenvolvida, mas que parou no tempo quando o assunto é a preservação de seus mananciais ou dos chamados corpos d’água. Ações desordenadas em todos os níveis, aos poucos, transformaram seus leitos em esgotos a céu aberto.

A situação é tão complicada que estudo apresentado ontem no Fórum Mundial da Água, em Brasília, mostrou problemas em cinco dos cursos d’água que atravessam a região. Dois deles em condições ruins – Ribeirão Pires e Rio Grande – e três considerados regulares – Ribeirão dos Meninos, Tamanduateí e Taiaçupeba Mirim.

Quem mora próximo aos rios ou convive com eles não se surpreende com o resultado da pesquisa. A simples observação revela que as condições são precárias. Detritos de todos os tipos aparecem em seus leitos. O líquido que corre tem aspecto medonho e, em suas margens, pilhas de lixo levado pela correnteza ou jogado por aqueles que os desprezam.

O que surpreende em datas especiais como a de hoje, quando se comemora o Dia Mundial da Água, é a quantidade de fórmulas que os gestores públicos conhecem e que dizem ter intenção de colocar em prática. Mas que parecem esquecer-se rapidamente, pois pouquíssimas atitudes realmente são tomadas.

 O que é uma pena, pois se realmente saíssem do papel, a melhora seria evidente. Basta ver o tímido progresso demonstrado pelo sempre problemático Tamanduateí. Construção de estação de tratamento de esgoto em Mauá já representa leve melhora. Deixou de ser ruim para se tornar regular.

 Fala-se muito em educação ambiental, apresentam-se muitas teorias, mas quase nada avança para a prática. Muito tempo já foi perdido. O estrago é grande, mas ainda é possível (e necessário) mudar este quadro. Fazer com que os rios deixem de ser vizinhos indesejáveis para retomarem a condição de fontes de vida e lazer.




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