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Após enchente, famílias contabilizam prejuízos

Moradores da Vila América, em Santo André, destacam insatisfação com cenário observado há 30 anos

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
22/03/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 A quarta-feira foi de limpeza e contabilização de prejuízos para moradores de áreas da região afetadas por enchentes na tarde e noite de terça-feira. Um dos pontos mais problemáticos foi na Vila América, em Santo André, onde o problema é observado há cerca de 30 anos praticamente em todo verão.

Ainda abalados com os estragos, moradores da Vila América destacam que a única solução que enxergam para a área é a desapropriação dos imóveis. “A água chegou há quase dois metros na rua. Eu não aguento mais, a única solução é sair daqui”, diz a dona de casa Elizabeth Furtini, 64 anos. Apesar de existir válvula e comporta para evitar a invasão da água no imóvel, Elizabeth foi obrigada a erguer os móveis e apoiar tijolos embaixo dos eletrodomésticos.

Após ter passado a noite em claro, devido à necessidade de limpeza da lama e sujeira trazidas com a enxurrada, o técnico de laboratório William Paiva, 50, estava desolado, também com a situação do veículo da família, acometido pela enchente. Estacionado na garagem, o carro sequer podia ser acionado. “ Minha esposa estava com minhas duas filhas em casa na hora. Por sorte ninguém se machucou.”

O marceneiro Flávio Camillo Nogueira, 62, morador da Rua Nilo Peçanha, ainda puxava parte da água que ficou empoçada na sala de sua residência, na manhã de ontem. “Tive de abrir buraco na parede para fazer a água escoar. Há sete anos moro aqui e já perdi a conta de quantas enchentes enfrentamos”, relata. “Precisamos de solução imediata”, cobra.

Enquanto a equipe do Diário estava no bairro, caminhões de limpeza e um trator ajudavam a retirar o acúmulo de lama das vias, o que, inclusive, foi motivo de acidente. Uma moradora escorregou e levou tombo enquanto tentava caminhar pela calçada. Ela foi ajudada pelos vizinhos e não sofreu fraturas.

A Prefeitura de Santo André foi procurada, mas até o fechamento desta edição não se pronunciou sobre o tema.

CAPITAL

O temporal do primeiro dia do outono também atingiu a Capital e causou a morte de três pessoas, além de ter deixado pelo menos cinco feridos e cerca de 220 famílias desabrigadas. A forte chuva causou desabamentos, quedas de árvores e a interdição de ruas e avenidas.




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